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Pesquisa revela diferenças na escolha do método contraceptivo entre as mulheres brasileiras

Estudo inédito mostra que as novas gerações iniciam a vida sexual mais cedo, aderiram em massa à pílula e não aceitam apenas a palavra do médico

Por Vivian Carrer Elias
20 out 2011, 10h39

Poucas invenções foram capazes de criar transformações tão profundas na sociedade quanto a pílula anticoncepcional. Desde 1960, quando chegou ao mercado americano – e depois para o resto do mundo – ela vem sendo um motor de mudanças. Um estudo inédito feito pelo Ibope, divulgado nesta quarta-feira, mostra a extensão dessas alterações em gerações diferentes de mulheres brasileiras. A pesquisa foi desenvolvida por profissionais da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

A pesquisa aplicou, em maio deste ano, um questionário em mil mulheres de dez capitais brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Belém, Salvador, Recife, Fortaleza, Porto Alegre e Curitiba. As voluntárias foram divididas em dois grupos: aquelas que tinham entre 18 e 46 anos foram classificadas como sendo das gerações X e Y, e aquelas com idades entre 47 e 65 anos foram classificadas como geração baby boomer.

A primeira diferença entre gerações ficou clara na adesão ao uso da pílula. Entre as mais jovens, 68% fazem uso delas, contra apenas 27% das baby boomers. O que é natural, já que boa parte das mulheres da geração baby boomer já passou pela menopausa. As mulheres das gerações X e Y também disseram aceitar a indicação de métodos contraceptivos dos médicos levando em conta o custo acessível e suas necessidades e preferências, enquanto as baby boomers revelaram uma tendência de acatar a decisão do profissional sem considerar outros fatores. As gerações Y e X também mostraram que o fator renda do marido não é mais tão importante na escolha do contraceptivo (16% contra 31%), e revelaram que outros benefícios apresentados pelo método, como controle do ciclo menstrual e melhora da cólica, se tornam cada vez mais relevantes na hora da escolha: 36%, em oposição a 25%.

“Isso é um reflexo da maior quantidade de informação que chega às mulheres, tanto por meio dos veículos de comunicação quanto pelas amigas. As pacientes chegam cada vez mais jovens e exigentes no consultório quando vão buscar a indicação de um método contraceptivo”, explica a médica ginecologista Cristina Guazzelli, professora da Escola Paulista de Medicina e uma das autoras do estudo.

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Espera pelo casamento acabou – Quanto às atividades sexuais, o estudo deixa claro que a cada geração a idade da primeira relação diminui. Cerca de 80% das mulheres das gerações Y e X tinham menos de 16 anos quando fizeram sexo pela primeira vez, enquanto as mulheres baby boomers tinham, em sua maioria (47%), entre 16 e 20 anos quando isso aconteceu. Ainda entre as baby boomers, 27% iniciaram a vida sexual entre 21 e 25 anos. Somente 2% da geração XY começou nesta faixa de idade. Os motivos que levaram ao início dessas atividades também mudaram: 54% das mulheres da geração baby boomer disseram que o casamento foi o principal fator que levou ao início da vida sexual, enquanto esse número foi de apenas 4% entre as mais jovens.

Mais profissionais, menos donas de casa – Algumas mudanças reveladas já são percebidas pela sociedade há bastante tempo, como o aumento do papel profissional das mulheres. Entre as mulheres das gerações Y e X, 58% disseram considerar que exercem tal papel, enquanto somente 19% das mulheres da geração baby boomer responderam o mesmo. As participantes mais jovens também mostraram um aumento no papel de chefe de família: 56%, em oposição aos 18% das baby boomers. A pesquisa também revelou que as gerações mais novas se consideram cada vez menos donas de casa e esposas (38 e 35% das mulheres XY contra 63 e 59% das baby boomers), mas, mesmo assim, o papel de mãe continua sendo o predileto das duas gerações, 69 e 72%, respectivamente entre as XY e baby boomers.

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