Pesquisa identifica mais de 1.000 genes ligados a casos de Covid grave
Estudo desvenda por que alguns adultos saudáveis têm quadros leves e outros desenvolvem episódios críticos

Uma pesquisa das universidades de Sheffield, na Inglaterra, e de Stanford, nos Estados Unidos, utilizou a genética para desvendar os motivos que levam alguns adultos saudáveis a evoluir para episódios graves ao serem infectados pelo SARS-CoV-2, causador da Covid-19, enquanto outros têm sintomas leves. No trabalho, o grupo identificou mais de 1.000 genes associados ao desenvolvimento de Covid grave. A pesquisa pode ajudar no desenvolvimento de um teste para prever quem tem o risco aumentando de evoluir para quadros críticos da doença.
Segundo a pesquisa, a presença desses genes específicos afeta um tipo de glóbulo branco chamado de Natural Killer ou célula NK. Os glóbulos brancos são as células de defesa do organismo. De acordo com os pesquisadores, que utilizaram aprendizado de máquina para alcançar o achado, este é “um dos primeiros estudos a vincular genes associados ao [novo] coronavírus a funções biológicas específicas”.
“As células NK são como os generais que dirigem a guerra. Eles mobilizam outras células imunológicas, dizendo-lhes para onde ir e o que fazer. Descobrimos que em pessoas com infecção grave por coronavírus, genes críticos nas células NK são menos expressos, então há um sistema imunológico menos robusto resposta. A célula não está fazendo o que deveria fazer”, explica o coautor do estudo Johnathan Cooper-Knock, professor clínico no Departamento de Neurociência da Universidade de Sheffield.
No estudo, os pesquisadores utilizaram conjuntos de dados com informações genéticas de tecido pulmonar humano saudável, estudos de pacientes em estado crítico e sobre mutações de DNA em pacientes com Covid grave, além de respostas enfraquecidas em células imunes, neste caso, as células NK e as células T.
“Nossas descobertas estabelecem as bases para um teste genético que pode prever quem nasce com um risco aumentado de Covid-19 grave”, diz Michael Snyder, autor sênior do estudo e professor da Universidade de Stanford. Ele completa: “Imagine que existam 1.000 mudanças no DNA ligadas à Covid-19 grave. Se você tiver 585 dessas alterações, isso pode torná-lo bastante suscetível e você deve tomar todas as precauções necessárias.”
Abaixo, os números da vacinação no Brasil: