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Pernambuco registra casos de superfungo causador de surtos em hospitais

Ocorreram três episódios de Candida auris e um hospital suspendeu atendimentos; microrganismo é grave ameaça a serviços de saúde e pode levar à morte

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 24 Maio 2023, 19h37 - Publicado em 24 Maio 2023, 19h29

A Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) informou nesta quarta-feira, 24, que confirmou o terceiro caso de infecção pelo superfungo Candida Auris no estado. Em um dos hospitais, foi determinada a suspensão de atendimentos. O microrganismo é considerado uma grave ameaça à saúde global pelo potencial de causar surtos em hospitais e levar à morte.

A pasta recebeu confirmação laboratorial da infecção de um homem de 66 anos, internado em um hospital particular na capital, Recife, nesta terça-feira, 23. Outros dois episódios tinham sido confirmados nos hospitais Miguel Arraes, no município de Paulista, e Tricentenário, localizado em Olinda, nos dias 11 e 14, respectivamente, em pacientes de 48 e 77 anos também do sexo masculino. A secretaria disse que eles estão internados e não apresentam “repercussões clínicas” causadas pelo fungo.

Para evitar a propagação do microrganismo, foi feito um trabalho de bloqueio e desinfecção da ala onde os pacientes estão internados. Como o paciente do Hospital Miguel Arraes circulou por áreas da unidade, a secretaria determinou “o isolamento do local”. A secretaria investiga ainda a origem do fungo com o objetivo de saber se a colonização ocorreu nos hospitais ou em ambientes externos.

“Para detecção de possíveis novos casos, estão sendo realizadas a busca e a investigação diagnóstica de todos os contactantes que coabitaram os espaços de internação com os doentes”, acrescentou.

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O médico infectologista Ricardo de Souza Cavalcante, professor-assistente de Infectologia da Faculdade de Medicina de Botucatu (UNESP) explica que a Candida auris difere dos demais tipos de Candida por ter alta transmissibilidade não só de pessoa para pessoa, mas do ambiente para humanos.

“Esse fungo tem facilidade de sobreviver e passa para quem tem contatos com materiais como aparelhos de pressão, termômetros, estetoscópios, respiradores e aparelhos de hemodiálise”, diz.

Outra característica é a alta resistência a antifúngicos, o que atrapalha o tratamento de pessoas infectadas. Há ainda a dificuldade para diagnosticá-la pelos métodos disponíveis em laboratórios e o fato de ela poder colonizar as pessoas sem causar sintomas, facilitando a disseminação.

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“A probabilidade de transmissão de um paciente para outro é muito grande, por isso que tem um alerta para ver se não há colonização do fungo em outros pacientes. Quando não está causando sintomas, pode vir a causar infecções caso a imunidade do paciente baixe”, diz Francisco Ivanildo de Oliveira Júnior, supervisor do ambulatório do Instituto de Infectologia Emílio Ribas.

O superfungo Candida auris

O primeiro caso de Candida auris foi detectado no Japão em 2009 e se espalhou por todos os continentes. No Brasil, a primeira infecção pelo fungo foi notificada em dezembro de 2020 na Bahia. O caso ocorreu com um homem então com 59 anos que estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI ).

Em janeiro deste ano, pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) publicaram um estudo na revista científica Frontiers in Cellular and Infection Microbiology sobre o maior surto do superfungo relatado no Brasil. Foram relatados 48 casos da doença no Recife entre novembro de 2021 e fevereiro do ano passado. Segundo os cientistas, a estimativa é de que entre 30% e 60% dos pacientes infectados acabam morrendo.

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