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Paciente precisa “ter sorte” para conseguir internação no Rio, afirma promotora

Integrante do Ministério Público apresentou, em audiência pública, números de mortalidade na fila à espera de UTIs. Entre 1º e 19 de agosto, 209 pessoas morreram

Por Pâmela Oliveira, do Rio de Janeiro
5 dez 2013, 18h31

A promotora Patrícia Tavares, que apura desde 2011 a falta de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTIs) na rede pública do Rio, afirmou, na tarde desta quinta-feira, que o paciente “precisa ter sorte para conseguir internação” adequada no Sistema Único de Saúde (SUS) da cidade. A oferta limitada de leitos faz com que centenas de doentes sejam obrigados a permanecer em emergências, em leitos improvisados e em unidades de saúde que não foram projetadas nem têm equipamentos para internação.

Como mostrou reportagem do site de VEJA, um relatório do Ministério Público Estadual revelou que 209 pessoas morreram entre os dias 1º e 19 de agosto nas emergências de 50 hospitais e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) do Rio à espera de leitos de UTI e de enfermarias especializadas.

Além do déficit de leitos, o problema é a falta de integração entre os hospitais municipais, estaduais e federais na cidade. Hoje, cada gestor administra a sua Central de Regulação de Leitos – setor que define quais pacientes serão transferidos. Ou seja, não existe uma fila única, como ocorre com transplantes de órgãos.

No Rio, pacientes morrem à espera de UTIs, enquanto leitos permanecem vazios

“O usuário do SUS precisa ser um grande sortudo para ter atendimento adequado. O Rio tem três diferentes Centrais de Regulação. São três filas e o doente precisa ter sorte para acessar a central que tem o leito vazio. Nós, do Ministério Público, queremos que todos os leitos sejam coordenados por um gestor para que se tenha uma fila única e critérios bem definidos de ocupação”, afirma Patrícia, da Tutela Coletiva de Saúde da Capital.

Entre os dias 12 e 19 de agosto, 1.225 pacientes estavam internados nas emergências dos 15 hospitais públicos, trinta UPAs e em cinco Centros Especializados em Reabilitação (CER) vistoriados pelos peritos do Grupo de Apoio Técnico Especializado (Gate) do MP. Destes, 812 esperavam por internação – 224 deles precisavam ser transferidos para UTIs.

Muitos dos pacientes, no entanto, poderiam ter sido transferidos para os setores que necessitavam. No mesmo período em que 220 adultos esperavam por um leito de UTI, havia 32 deles vazios nos hospitais vistoriados. Havia ainda onze leitos de UTI pediátrica ociosos, quando quatro crianças esperavam transferência para o setor. “Isso revela absoluta falha do sistema de regulação, do acesso ao sistema de saúde que precisa ser resolvida”, afirmou a promotora, durante Audiência Pública.

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Em nota, lida durante a audiência pública, os gestores municipal e estadual afirmaram que trabalham para melhorar o acesso à rede e repudiaram a divulgação do relatório do MP. Segundo a nota, assinada pelos secretários municipal e estadual de Saúde, Hans Dohmann e Sérgio Côrtes, os gestores desconhecem a metodologia e o resultado do relatório apresentado pelo MP.

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