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OMS: Diagnóstico falho facilita difusão de tuberculose resistente

Menos de um quarto das 500 000 pessoas que contraíram variações da "supertuberculose" em 2012 recebeu o diagnóstico correto

Por Da Redação
20 mar 2014, 17h34

Cerca de 500 000 pessoas contraíram perigosas variações da “supertuberculose” em 2012, mas menos de um quarto delas foi adequadamente diagnosticada. As demais correram risco de vida por causa da falta de tratamentos ou por receberem medicamentos inadequados.

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TUBERCULOSE

A tuberculose é uma doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, que é propagada pelo ar de maneira direta, ou seja, de pessoa para pessoa. Embora possa atingir quase todos os órgãos do corpo, a tuberculose afeta principalmente os pulmões, provocando problemas como dificuldades respiratórias e derrame pleural (presença de líquido no espaço entre pulmões e tórax). O principal sintoma é a tosse frequente, mas há outros, como suores noturnos e diminuição de apetite. Ao contrário da maioria das doenças infecciosas, a tuberculose demora para se manifestar, levando em média de 4 a 12 semanas para que as primeiras lesões sejam descobertas. Estima-se que uma pessoa infectada possa contaminar de 10 a 15 pessoas por ano. A doença é tratada com uma combinação de antibióticos. Como a bactéria cresce lentamente, os medicamentos devem ser tomados por pelo menos 6 meses.

Os novos dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgados nesta quinta-feira, mostram que um terço das cerca de 9 milhões de pessoas que contraem alguma forma de tuberculose por ano não recebe o tratamento necessário. A entidade diz que a doença representa um risco à segurança sanitária global.

Segundo a OMS, as deficiências no tratamento fazem com que a resistência aos medicamentos se espalhe pelo mundo em ritmo alarmante, propiciando o surgimento de cepas incuráveis da bactéria da tuberculose. “Um diagnóstico mais precoce e rápido de todas as formas da tuberculose é vital”, diz Margaret Chan, diretora-geral da OMS. “Isso melhora as chances de as pessoas receberem o tratamento correto e serem curadas, e as ajuda a conter a difusão da doença resistente a drogas.”

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No ano passado, a OMS propôs que a tuberculose resistente a múltiplas drogas (MDR-TB, pela sigla em inglês) fosse reconhecida como uma crise de saúde pública. Mesmo o tratamento da tuberculose comum é um processo longo, que exige o consumo de um coquetel de antibióticos durante seis meses. A interrupção do tratamento e a prescrição de medicamentos errados, ou em doses inadequadas, leva ao surgimento de uma versão resistente às drogas, um problema que se agravou na última década.

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A dificuldade de diagnóstico também contribui para essa situação. Em alguns países mais pobres há apenas um laboratório, frequentemente com capacidade limitada para diagnosticar a MDR-TB. Em outros casos, as amostras para exames precisam ser enviadas a outros países.

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Os exames comuns podem levar mais de dois meses para revelar resultados, criando um perigoso intervalo em que o paciente deixa de receber o tratamento adequado e se expõe a contaminar outras pessoas.

A OMS diz que até 2 milhões de pessoas podem ser infectadas pela MDR-TB até 2015. Exames mais rápidos já foram desenvolvidos nos últimos anos, mas a dificuldade é levar a tecnologia e a capacitação técnica aos países onde eles são mais necessários.

Margaret Chan, no entanto, citou sinais encorajadores em um projeto internacional chamado Expand-TB, financiado pela Unitaid, que ajudou a triplicar o número de casos de MDR-TB diagnosticados nos países participantes. Atualmente, esse projeto está presente em 27 países de baixa e média renda, que respondem conjuntamente por cerca de 40% dos casos globais da MDR-TB.

(Com Reuters)

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