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Obesos na adolescência podem desenvolver quadro grave de Covid-19

Estudo sueco mostra que existe conexão entre o IMC na adolescência e o risco da forma grave da doença, muitos anos depois

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 22 fev 2022, 15h14

O sobrepeso e a obesidade são fatores de risco conhecidos para o desenvolvimento da Covid-19 grave. Até o momento, no entanto, não haviam estudos que apontavam que a obesidade em idade precoce poderia também ser um fator de risco, caso o indivíduo contraísse a doença mais tarde. Mas uma pesquisa da Universidade de Gotemburgo, da Suécia, publicada na revista Obesity jogou luz ao assunto. Com dados de 1.551.670 homens suecos, nascidos entre 1950 e 1987 e recrutados para o serviço militar no período de 1969 a 2005, retirados do Registro do Serviço Militar da Suécia cruzados com três registros médicos do país – Registro Nacional de Pacientes, Registro de Cuidados Intensivos e Registro de Causas de Morte – revelou uma clara conexão entre o IMC na adolescência e o risco de desenvolver a forma grave da Covid-19, muitos anos depois, suficiente para precisar de hospitalização. Ainda mais evidente foi a ligação entre o IMC na adolescência e a necessidade de cuidados intensivos para a doença.

Para o estudo, os cientistas dividiram os homens em seis grupos, de baixo peso (IMC 15-18,5) a três níveis de peso normal (18,5-20, 20-22,5 e 22,5-25), seguido por excesso de peso (25-30) e obesidade (IMC de 30 ou mais). De todo o grupo, durante o ano de 2020, 4.315 homens com Covid-19 necessitaram de internação; 729 deles receberam cuidados intensivos; e 224 morreram pela doença.

Mesmo para homens que estavam na faixa de IMC de 22,5 a 25 na adolescência – ou seja, dentro da faixa de peso normal – foi encontrado um risco elevado para a necessidade de cuidados hospitalares para a Covid-19. A necessidade aumentou sucessivamente com o aumento dos resultados do IMC desde o alistamento, de 15 a 50 anos antes. “A nível populacional, podemos ver que o excesso de peso no final da adolescência aumenta o risco de hospitalização e cuidados intensivos pela Covid-19. Para aqueles com obesidade na adolescência, o risco de admissão em uma unidade de terapia intensiva é duas vezes maior do que para aqueles com IMC de 18,5 a 20”, diz Josefina Robertson, pesquisadora da Academia Sahlgrenska, da Universidade de Gotemburgo, médica especializada em doenças infecciosas do Hospital Universitário Sahlgrenska e principal autora do estudo.

A obesidade também pode estar ligada a um risco elevado de adoecimento grave por várias doenças infecciosas como a gripe e tem um impacto adverso no sistema imunológico, piorando a propensão de uma pessoa à inflamação, o que pode contribuir para infecções mais graves. Neste levantamento estudo, os valores iniciais de IMC acompanharam os homens até a meia-idade. Isso fica evidente a partir dos dados de exames de saúde conhecidos como avaliações de perfil de saúde, elaborados pelo Health Profile Institute (HPI), para 151.693 participantes. “Vários estudos identificaram o excesso de peso como um fator de risco para adoecer gravemente com o Covid-19, e agora estamos mostrando que o sobrepeso e a obesidade, mesmo no início da vida, desempenham um papel”, completa Maria Åberg é professora associada da Escola de Saúde Pública e Medicina Comunitária da Academia Sahlgrenska e médica especialista em medicina geral na saúde regional, parte da Região Västra Götaland. “É por isso que é importante tomar medidas preventivas contra a obesidade mesmo em tenra idade, especialmente antes de futuras pandemias virais”, conclui Josefina.

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