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Obesidade deve aumentar entre os mais pobres, diz especialista

Crescimento econômico impulsionou o consumo de alimentos calóricos

Por Jones Rossi
27 ago 2010, 12h56

Em 10 anos, Brasil exibirá níveis de obesidade semelhantes aos dos Estados Unidos

O crescimento da obesidade entre os brasileiros deve se intensificar nos próximos anos, principalmente nas classes mais baixas, afirmam especialistas na área. “Nas classes A e B a tendência é de estabilização e até diminuição entre as mulheres, mas entre os mais pobres a obesidade deve crescer cada vez mais”, afirma o médico Márcio Mancini, presidente do departamento de obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).

Segundo ele, o desenvolvimento econômico e a melhora no poder aquisitivo das classes C, D e E fez com que a população mais carente passasse a consumir mais. O problema é que os alimentos mais baratos e mais consumidos também são os mais calóricos. “Muitas das pessoas que estão consumindo mais foram subnutridas na infância e agora, na idade adulta, tendem a acumular mais calorias”, afirma o médico endocrinologista e professor da Faculdade de Medicina da USP Alfredo Halpern.

Para Halpern, uma das causas é que o brasileiro está comendo pior e fazendo menos atividades físicas. Além disso, o stress, diz ele, engorda. “Os homens estão bebendo mais álcool e estão mais sedentários. Isso é reflexo da mudança de hábitos das últimas décadas. Antes as pessoas comiam em casa, sem pressa, e hoje comem fora. O stress aumenta e a obesidade também.”

A violência urbana também é apontada como uma das causas. “As mães preferem que as crianças fiquem em casa, onde é mais seguro, também há poucos parques e espaços de lazer são escassos”, diz Mancini.

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Epidemia sem combate – Em 2004, o Brasil e todos os países membros da ONU se comprometeram oficialmente a estimular a alimentação saudável e atividades físicas. Mas o governo brasileiro, segundo Mancini, pouco faz para prevenir a obesidade e gasta muito tratando de suas consequências, com remédios para a pressão alta e a diabetes.

“O problema é que a obesidade está aumentando de forma alarmante e não vejo esforço em combatê-la, pelo contrário”, afirma Mancini. Para ele, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) cometeu um erro ao restringir a venda da sibutramina, medicamento que inibe o apetite. “Ele é uma boa forma de tratar pacientes com obesidade. É melhor que depois tratá-los dos problemas provenientes do excesso de peso.”

Mancini sugere ainda que o governo contrate nutricionistas para os postos de saúde, além de subsidiar alimentos saudáveis, como frutas e verduras. “Estamos vivendo uma epidemia. Em 10 anos vamos ter índices semelhantes aos dos Estados Unidos, onde 30% da população é obesa.” Tanto nos EUA como no Brasil, a obesidade se alastra principalmente entre os mais pobres.

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