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Obesidade aumenta risco de morte por Covid-19 entre adultos jovens

Estudo realizado por pesquisadores brasileiros aponta que o risco cresce significativamente entre pessoas obesas com menos de 40 anos

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 10 jan 2022, 10h34

Um estudo feito por pesquisadores brasileiros publicado na revista científica The Lancet Regional Health, mostra que a obesidade aumenta em até 4,4 vezes o risco de morte em adultos jovens, de 20 a 39 anos, hospitalizados com a forma grave da Covid-19. Em pacientes de 40 a 59 anos e idosos, a influência é menor: o risco de óbito sobe em até 2,7 vezes e em até 1,6 vez, respectivamente.

Quando analisados pacientes obesos com diabetes e doenças cardiovasculares associadas, novamente o perigo aumenta de forma significativa entre os adultos jovens – até 7,4 vezes na comparação com pessoas saudáveis da mesma faixa etária. Em adultos de 40 a 59 anos, chega o crescimento do risco chega até 5 vezes maior e em idosos, até 1,9 vez.

“O estudo aponta uma importante associação entre obesidade e idade no agravamento e no óbito da Covid-19. Isso deve ser levado em conta pelo poder público no momento de definição dos grupos prioritários, nas futuras campanhas de vacinação contra o SARS-CoV-2”, diz Helder Nakaya, pesquisador do Hospital Israelita Albert Einstein e do Instituto Todos pela Saúde (ITpS) e um dos autores do trabalho.

A pesquisa foi realizada por meio de uma análise retrospectiva de dados públicos extraídos do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Influenza (Sivep-Gripe), do Ministério da Saúde. Das 1,1 milhão de cadastrados com a Covid-19 no período anterior ao início da vacinação – 16 de fevereiro de 2020 a 17 de janeiro de 2021 -, foram selecionados 313,8 mil pacientes hospitalizados, com idades entre 20 e 89 anos, com IMC igual ou maior que 25 kg/m2, doenças cardiovasculares e diabetes. Pessoas sem doença crônica ou obesidade que também foram internadas fizeram parte do grupo controle. Os pacientes foram divididos em dois grupos: 164 mil sem fatores de risco (IMC menor que 24,9 kg/m2 e sem comorbidades) e 149 mil pacientes com obesidade, doenças cardiovasculares, diabetes ou qualquer combinação desses fatores. Pacientes com outras comorbidades, gestantes e puérperas foram excluídos da amostra.

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Dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) divulgados em outubro de 2020 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que 96 milhões de pessoas no país (60,3%) apresentam IMC acima de 25 kg/m2 e têm, por tanto, excesso de peso.

Além de Nakaya, são autores do estudo os pesquisadores Michelle Giscacciati, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP) e da Faculdade de Ciências Biomédicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp); Sirlei Siani, da Faculdade de Ciências Biomédicas da Unicamp e Ana Campa, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP. O trabalho foi financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

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