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O canadense que se descobriu intersexual ao ganhar barba e menstruar

Aos completar 12 anos de idade, Alec Butler menstruou e ganhou barba. Tempos depois, ele descobriu ser intersexual, quando o sexo anatômico, hormonal e genético não é completamente masculino nem feminino

Por Da Redação
25 abr 2016, 17h44

Alec Butler nasceu em 1959 com o nome feminino de Audrey. E foi criado como uma menina. No entanto, aos 12 anos, quando entrou na puberdade, ele percebeu que não era como a maioria das garotas. Junto à menstruação e aos seios desenvolvidos, Alec começou a ganhar barba. Após décadas de bullying, em meados da década de 1990 ele se deparou com o termo intersexual – alguém cujo sexo anatômico, hormonal e genético não é nem completamente masculino nem feminino – e encontrou sua identificação. As informações são da rede britânica BBC.

“Eu tinha 12 anos quando a ´ficha´ finalmente caiu: minha barba começou a crescer e tive minha primeira menstruação. Foi algo realmente confuso para mim. Meus pais estavam assustados. Levaram-me para alguns médicos, mas ninguém na pequena cidade do Canadá em que vivia sabia o que era ser intersexual. Um médico disse que ‘era melhor colocá-la em um sanatório até que ela aprenda a se vestir como uma menina e usar maquiagem'”, disse à BBC.

Embora tenha sido criado como menina e tenha características femininas, como os seios e a menstruação, Alec sempre foi mais masculino. Mas ele só teve coragem de mudar o nome de Audrey para Alec e deixar a barba crescer a partir da década de 1990, quando se tornou um premiado roteirista e cineasta.

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Bullying – Alec nunca teve problemas com a família, que, segundo ele, sempre foi muito afetuosa e o aceitou. No entanto, a escola foi dura.

“Era bem difícil naquela época para uma menina usar calças compridas. Senti-me sob pressão para tomar hormônios femininos, apesar de querer ser menino. Implicavam comigo na escola. Tive problemas porque gostava de uma garota, e ela gostava de mim também. Tudo deu muito errado porque eu não era realmente um menino. Me chamavam de lésbica. As crianças gritavam para mim ‘você é doente’ e, na sala de aula, recebia bilhetinhos sugerindo que cometesse suicídio.”, conta.

Em 1978, após terminar os estudos, Alec – que na época ainda era Audrey – mudou-se para Toronto e passou a se apresentar como uma lésbica masculina. “Era uma forma de formar uma comunidade, encontrar apoio e me sentir aceita”, explica. Mas até isso lhe causou problemas. “Lésbicas masculinas, infelizmente, são alvo de muito ódio até hoje. Sofria ameaças diariamente na rua”.

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Embora tome testosterona, Alec afirma que gosta de seu corpo como é e não deseja mudá-lo. “Eu gosto de ter seios, mas tomo testosterona por uma razão de saúde: eu ainda menstruo, apesar de meu médico ter dito que eu já deveria estar na menopausa. Mas não estou e as menstruações são fisicamente muito duras para mim”, explica.

Para Alec, o aumento no número de jovens canadenses se identificando como não-binários ou intersexuais é algo a ser comemorado. “Gostaria que isso tivesse acontecido há 40 anos, pois eu teria tido uma vida menos traumática.”, disse. Ainda segundo ele, a cirurgia para definição do sexo é mais importante para os pais do que para as crianças intersexuais em si, mas isso já está começando a mudar.

(Da redação)

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