A primeira constatação de quem decide procurar por companhia em sites de relacionamento é que as iniciativas preliminares dispensam rituais como caprichar na maquiagem e escovar os cabelos. É possível dar um descanso também para o salto alto e o perfume. É que, nesse estágio, as ferramentas para dar início à conquista são o computador, bom senso e alguma criatividade. Para testar o serviço, decidi criar um perfil em alguns dos endereços de namoro on-line que são citados nesta reportagem. Detalhe: todos os sites permitem um cadastro gratuito, porém, limitam a utilização de recursos essenciais para a paquera. Optei pelo pacote básico, sem as vantagens daqueles que pagam uma assinatura mensal, que dá o direito de ler e responder todos os emails, permite chamar o pretendente para um bate-papo virtual, entre outras coisas. Para ter uma ideia, o investimento pode chegar a 120 reais.
O cadastro inicial é rápido, dura cerca de dois minutos. Depois vem a parte mais demorada – que não se compara às horas da produção feminina antes da balada – é a do preenchimento do perfil. Gastei menos de dez minutos para completar lacunas com as minhas características físicas (peso, altura, cor dos olhos e cabelos), para revelar quais são meus hábitos de vida (se fumo, a frequência com que bebo, que saio ou que vou à igreja), além de detalhar quais são minhas preferências, como tipo de culinária, cinema e literatura.
Os momentos que exigem mais criatividade são os de preenchimento da frase de chamada – um tipo de manchete sobre você, para atrair parceiros – e o de apresentação pessoal. Enquanto escrevia algumas linhas sobre quais eram minhas pretensões no site, recebi a primeira mensagem. Um carioca, de 41 anos, disse que visitou o meu perfil e que percebeu que tínhamos interesses semelhantes, por isso, poderíamos ser bons parceiros no futuro. Não respondi e continuei a preencher.
Um detalhe que é importante nesses sites é a publicação da foto junto ao perfil – atrai mais visitas e, consequentemente, mais pretendentes. O meu perfil não possuía nenhum tipo de foto, mas mesmo assim recebeu cerca de 40 visitas em um dia. Os interessados eram desde jovens na faixa dos 20 anos, até homens mais maduros, com mais de 50.
Devido à limitação do pacote gratuito, não pude ler e responder todas as mensagens que chegavam. Decidi então recorrer às buscas. Basicamente, os sites disponibilizam filtros de cidade, estado e idade. Em pesquisas mais avançadas, é possível procurar apenas por quem está on-line, por usuários que tenham foto, por apelido, por afinidades ou por aqueles que já visualizaram o seu perfil alguma vez.
Antes de buscar o príncipe encantado, é possível preencher um perfil e detalhar quais seriam as características perfeitas para o seu parceiro. Coloquei a altura e peso que deveria ter o meu homem ideal, a cor dos olhos, do cabelo, a renda mensal e especifiquei que gostaria de um que fosse praticante de esportes. Pronto. Agora é só procurar e esperar ser procurada.
Surgiram muitos pretendentes com características compatíveis às que solicitei. Afinal, não é tão difícil encontrar alguém que goste de música, cinema, culinária japonesa, que deseje ter filhos no futuro e que tenha mais que 1 metro e 70 centímetros de altura. Se algum deles era o homem ideal? Só avançando algumas casas para saber.
Fugindo do mico virtual Algumas atitudes nos sites de relacionamento podem fazer qualquer príncipe virar sapo |
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