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Merck retira remédio para colesterol do mercado

Estudo mostra que o Cordaptive, da farmacêutica MSD, comercializado em mais de 40 países, inclusive no Brasil, não reduz o risco de morte cardíaca e pode provocar efeitos colaterais

Por Da Redação
15 jan 2013, 20h56

A farmacêutica Merck Sharp & Dohme (MSD, conhecida nos Estados Unidos e no Canadá como Merck) anunciou nessa segunda-feira o recolhimento do Cordaptive (conhecido fora do país como Tredaptive), medicamente utilizado para tratar pacientes com nível de colesterol elevado.

O Cordaptive, comercializado em mais de 40 países, inclusive no Brasil, é composto por duas substâncias principais: o ácido nicotínico de liberação prolongada e o laropipranto. O ácido nicotínico tem função de aumentar a quantidade de HDL, o chamado “colesterol bom”, enquanto o laropipranto é utilizado para reduzir os efeitos colaterais causados pelo ácido nicotínico, como calor e vermelhidão no rosto.

Estudo – A decisão de recolher o medicamento foi tomada com base em um estudo financiado pela própria Merck, denominado HPS 2 – THRIVE ( Hearth Protection Study 2 – Treatment of HDL to Reduce the Incidence of Vascular Events).

Participaram do estudo 25.673 pacientes considerados de alto risco para a ocorrência de eventos cardiovasculares, que foram acompanhados por um período de 3,9 anos. A pequisa comparou pacientes tratados com o Cordaptive associado à estatina (substãncia mais utilizada no tratamento do colesterol) com outro que utilizava apenas estatina.

De acordo com o comunicado emitido pela MSD, os resultados mostraram que “a adição do medicamento [Cordaptive] à terapia com estatina não apresentou redução significativa do risco de mortes coronárias, ataques cardíacos não fatais, derrames ou revascularização em comparação com a terapia exclusiva com estatina. Além disso, verificou-se um aumento estatisticamente significativo na incidência de alguns eventos adversos sérios não fatais no grupo que recebeu o medicamento.”

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Recomendações – A farmacêutica explica ainda que os resultados do estudo estão sendo compartilhados com as agências regulatórias dos países onde o Cordaptive é comercializado, para que as devidas providências sejam tomadas.

Em comunicado divulgado nessa terça-feira, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), recomenda que os médicos deixem de receitar o Cordaptive e considerem alternativas para o tratamento. Os pacientes que estão fazendo uso do medicamento devem procurar ajuda médica o mais rápido possível, mas não devem interromper o uso sem orientação.

Opinião da especialista

Edna Nakonda

Endocrinologista e responsável pelo grupo de dislipidemia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP)

“O Cordaptive, remédio voltado para o tratamento de pacientes com triglicérides elevados, é mais antigo do que a estatina, que é mais utilizada atualmente. A diferença fundamental entre os dois medicamentos é que o ácido nicotínico (niacina) tem função de aumentar o ‘colesterol bom’ (HDL), enquanto a estatina reduz a quantidade de ‘colesterol ruim’ (LDL).

“A utilização de um deles, ou de ambos em conjunto, depende do perfil de cada paciente. Apesar da suspensão da disponibilidade do Cordaptive, existem outros medicamentos no mercado que contém ácido nicotínico.

“Estudos mais recentes têm mostrado que a niacina não promove todos os benefícios esperados, apesar de estudos mais antigos mostrarem tais benefícios. Uma possível explicação para essa mudança é o fato de que os primeiros estudos com niacina eram realizados com grupos de controle que tomavam apenas placebo. Agora, comparado com a estatina, o efeito da niacina pode ser considerado menos eficiente.”

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