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“Medidas para a saúde são eleitoreiras”, diz presidente do Conselho Federal de Medicina

Para Roberto Luiz D'Ávila, as medidas anunciadas pelo Ministério da Saúde "parecem ser de pessoas que ainda estão em campanha"

Por Jones Rossi e Mariana Janjacomo
25 jun 2013, 21h41

As medidas anunciadas nesta terça-feira pelo Ministério da Saúde não foram bem recebidas pelas entidades médicas nacionais. Mesmo o plano de criar 12.000 vagas para residência médica até 2017 foi considerado como uma medida “eleitoreira” e “midiática” pelo presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Roberto Luiz D’Ávila. Além do plano, foi especialmente criticada a insistência do governo em trazer médicos estrangeiros para trabalhar no interior e nas periferias.

A vinda de médicos de fora do país seria necessária, segundo o ministro da saúde, Alexandre Padilha, porque a ampliação de vagas não será suficiente para suprir a demanda por médicos. O argumento é refutado por Geraldo Ferreira, presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fenam). “Nós temos, por ano, 16.000 médicos sendo lançados no Brasil. Até 2014, então, teremos 32.000 novos médicos. Nós sabemos que, constitucionalmente, é permitido ao médico ter dois vínculos de trabalho, então, se multiplicarmos 32.000 por 2, teríamos médicos suficientes para ocupar 64.000 postos de trabalho. Não há insuficiência para que seja necessário contratar médicos estrangeiros.”

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Residência – Para Geraldo Ferreira, da Fenam, a abertura das 12.000 vagas para residência médica é bem vinda, “se for parte de um esforço de recuperação da rede existencial e formadora brasileira. Se for simplesmente para fazer de conta que estamos abrindo vagas, sem ter condições para isso, estaremos, na verdade, criando mais um problema.”

Já Roberto Luiz D’Ávila, do CFM, mostrou-se apreensivo com as condições das vagas de residência que serão criadas. “Eu fico muito preocupado quando um ministro anuncia 12.000 vagas de residência. Onde e em que condições serão criadas? E a Comissão Nacional de Residência Médica, na qual o CFM tem assento? Eles vão passar por cima dela? A Comissão não vai avaliar os serviços para dizer se são bons ou não?”, questiona.

Segundo D’Ávila, a Comissão Nacional de Residência Médica tem descredenciado serviços que não apresentam condições. “Até hospitais famosos, de boa história, estão tendo seus serviços de residência fechados pela falta de condições”. A causa dos fechamentos seria o subfinanciamento da saúde, o mau gerenciamento, a incompetência administrativa e a falta de materiais e equipamentos.

“A saúde precisa de uma atitude estruturante, definitiva, uma política de Estado, e não midiática, eleitoreira. As respostas do governo ao clamor das ruas parecem ser de pessoas que ainda estão em campanha. É tudo no papel, tudo na boca e, amanhã, vemos que não é nada disso. Efetivamente nada acontece. Nada muda”, afirmou D’Ávila.

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