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Médico de Bolsonaro diz que ele pode ter novas obstruções intestinais

Cirurgião do Hospital Vila Nova Star, de São Paulo, Antonio Macedo afirma que o presidente terá de seguir cuidados com dieta na campanha eleitoral

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jan 2022, 19h57 - Publicado em 4 jan 2022, 18h23

Por volta das 6 horas desta terça-feira, 4, Antonio Luiz Macedo, médico cirurgião do Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, encontrou o presidente da República Jair Bolsonaro com a suboclusão intestinal desfeita, um dia depois de ele ter dado entrada na unidade, da Rede D’Or. Macedo voltava de Bahamas, onde passava férias, para examinar Bolsonaro. O médico diagnosticou que uma cirurgia não seria necessária. 

Em entrevista a VEJA, o médico, que acompanha o presidente desde o episódio em que ele foi golpeado com uma faca na campanha eleitoral de 2018, disse que Bolsonaro terá de manter cuidados especiais com a alimentação, como comer devagar e ter uma dieta balanceada, ao longo da vida e que o comportamento deve ser adotado inclusive durante a campanha eleitoral.  “Para que não haja o risco de estar em campanha e ter uma obstrução”. Para isso, o mandatário contará com o suporte do cardiologista da Presidência, Ricardo Camarinha, que tem sido um aliado de Macedo ao coordenar a dieta e os momentos das refeições do presidente.

Macedo informou que ainda não há previsão de alta e que a decisão será tomada após reunião da equipe que acompanha Bolsonaro. Leia os principais trechos da entrevista.

O que causou esta nova suboclusão intestinal no presidente Jair Bolsonaro?

A gente teria de voltar desde o começo, em setembro de 2018, quando ele sofreu uma facada e os colegas de Juiz de Fora, com muita expertise, conseguiram coibir o sangramento e colocaram para fora o intestino que tinha sido cortado a faca. Chegamos lá e vimos que ele ainda estava em choque. Na manhã seguinte, com um avião UTI, o trouxemos para São Paulo, Na época ele ficou no (Hospital Israelita Albert) Einstein. No dia 12 de setembro de 2018, ele teve uma peritonite aguda, com muito pus em toda a barriga. O importante disso é que ele ficou bem, mas sempre com a barriga sensível, porque teve o rompimento de veias importantes. Em 28 de fevereiro de 2019, fez o fechamento da colostomia, que demoramos 11 horas para fechar por causa das aderências. Ele já era presidente e em 8 de setembro de 2019 fez uma distensão muito grande, com parada de fezes e gases, e fizemos a correção da hérnia. As cirurgias causam aderências. Ele teve mais dois surtos de obstrução intestinal, um relacionado com o consumo de uma carne mais dura, mas veio para cá, ficou aqui, teve uma evolução rápida e foi embora. Agora, fez de novo um quadro obstrutivo, sempre do lado esquerdo, onde ele tem mais aderência. Ele disse que foi uma comida mais forte que comeu e que tomou um suco de uva que não caiu bem.

O senhor esteve com ele ainda durante a madrugada ou na manhã de hoje? Como foi a conversa entre vocês?

Vim para ao Brasil de madrugada, mas ele já estava com ruídos abdominais, abdome mais mole, soltando gases. Ele conseguiu, com a sondagem gástrica, ter um trânsito intestinal. Cheguei às 6 horas e fui vê-lo. Ele ficou contente e estava bem tratado.

Em julho do ano passado, quando o presidente também apresentou um quadro de suboclusão intestinal, também foi feito um tratamento conservador, com a sonda nasogástrica e sem cirurgia. É o mais adequado para esses casos ou pode ser necessário fazer o procedimento cirúrgico?

Tem caso, que não é o dele, com torção no intestino. (Com a sonda), a gente descomprime a parte antes da obstrução. Então, tem o peristaltismo, o movimento intestinal. Só tiraria a dobra se houvesse uma obstrução que não regredisse. Se eu abrir para tirar, corre o risco de colar outras partes do intestino entre si. Ele não está livre de ter outra obstrução intestinal e vai ter de ser vigiado sempre para ver se pode evoluir para um quadro cirúrgico.

Há previsão de alta?

O próximo passo: sonda fechada. Está tomando líquidos por via oral, alimentá-lo com comida cremosa e pastosa. Alta: reunião clínica e cirúrgica para decidir o dia da alta.

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E quais são as orientações para depois da alta?

Ter uma dieta equilibrada, mastigar 15 vezes antes de engolir, beber os líquidos lentamente.

Mas este ano terá campanha eleitoral, com viagens, horários desregrados para as refeições. Ele terá de seguir alguma recomendação especial?

É a mesma orientação, mas o médico Ricardo Camarinha nos ajuda muito neste ponto, coordena a alimentação, o momento que ele tem de comer. Tomando as precauções, comendo devagar, mastigando bem a comida e tendo um ambiente calmo para comer, ele consegue. Ele obedece estritamente o que a gente pede e tem o apoio do Camarinha. Vai cuidar desses aspectos para que não haja o risco de estar em campanha e ter uma obstrução.

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