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Mau humor pode ser sinal de problemas de saúde, revela estudo

Segundo nova pesquisa, as alterações de humor diárias podem estar associadas a altos níveis de inflamação no organismo

Por Redação
Atualizado em 7 jan 2019, 17h25 - Publicado em 7 jan 2019, 17h07

Quantas vezes por semana você fica de mau humor? Esse número pode ser um indicativo de problemas de saúde, indica estudo publicado recentemente na revista Brain, Behavior and Immunity. De acordo com as descobertas, o humor negativo está associado a níveis mais altos de inflamação – que é uma resposta natural do corpo diante de lesões e infecções, assim como pode ser sinal de doenças crônicas e outros problemas comuns de saúde. 

Para chegar a este resultado, os pesquisadores analisaram dados de 220 participantes coletados através da pesquisa Escape, que avalia os efeitos do estresse sobre o envelhecimento cognitivo, fisiologia e emoção. Ao contrário dos estudos anteriores, que investigam o humor através do efeito evocado (no qual os participantes respondem um questionário para relatar manifestações de humor registrados durante a semana ou mês anterior), os resultados relatados pelos pesquisadores foram alcançados ao analisar o efeito momentâneo ecológico (EMA, na sigla em inglês), que monitora as alterações de humor em tempo real. 

Segundo a equipe da Universidade Estadual da Pennsylvania, nos Estados Unidos, o EMA é mais eficiente porque captura as experiências afetivas enquanto elas acontecem, já o primeiro modelo está sujeito à memória e fatores de personalidade.

Os resultados

Ao longo do experimento, os participantes recebiam notificações pelo celular cinco vezes ao dia para que avaliassem em uma escala de um a sete as emoções positivas (feliz, entusiasmado, alegre, descontraído, calmo e satisfeito) ou negativas (irritável, triste, tenso, entediado, estressado, deprimido, nervoso, chateado e desapontado) que vivenciavam. Ao final das duas semanas, os voluntários também responderam a um questionário retroativo (efeito evocado) a respeito dos sentimentos exibidos durante os 14 dias do estudo. 

Além da autoavaliação, foram coletadas amostras de sangue para determinar os níveis de citocinas inflamatórias  – substâncias envolvidas na resposta inflamatória – e as concentrações de proteína C-reativa (PCR) – substância produzida no fígado que ajuda no diagnóstico de inflamações. 

Ao analisar o estudo completo de duas semanas, os pesquisadores não encontraram ligação entre as alterações de humor (positiva ou negativa) coletadas pelo EMA e pelo questionário de memória e os marcadores de inflamação. Entretanto, quando apenas a última semana foi analisada, notou-se uma conexão entre os marcadores e o efeito negativo (NA, na sigla em inglês) relatados pelo EMA.

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Para a equipe, esse resultado pode ter sido provocado pela proximidade com a coleta de sangue (e os sentimentos envolvidos). “O NA da semana 2 foi significativamente associada com níveis mais altos de citocina -7, substância que mede a inflamação. Até onde sabemos, estas são as primeiras análises a mostrar associações significativas entre o NA momentâneo e subsequentemente avaliar a inflamação periférica”, explicaram os autores na pesquisa.

Inflamação e humor

De acordo com os pesquisadores, a descoberta aponta para a existência de algum tipo de relação entre as alterações negativas diárias do humor e os marcadores de inflamação que podem ser indicadores de problemas de saúde. Apesar disso, eles ressaltam que ainda será necessário mais investigações para entender melhor essa conexão. 

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“Estamos empolgados com essas descobertas e esperamos que estimulem pesquisas adicionais para entender a associação entre humor e inflamação, o que pode estimular novas intervenções psicossociais que promovem a saúde de forma ampla e ajudam a quebrar um ciclo que pode levar à inflamação crônica, incapacidade e outras doenças”, conclui Jennifer Graham-Engeland, pesquisadora da saúde comportamento, no estudo.

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