Lesão cerebral aumenta três vezes risco de morte prematura, diz estudo
Sobreviventes de lesões cerebrais traumáticas, como a sofrida pelo ex-piloto Michael Schumacher, têm mais chances de cometer suicídio ou de morrer em acidentes de carros e quedas
Quem sobrevive a lesões cerebrais traumáticas tem três vezes mais chances de morrer prematuramente, em geral devido a ferimentos fatais ou suicídio, mostrou um estudo chefiado pela Universidade de Oxford, na Inglaterra. A descoberta, publicada na quarta-feira no periódico Jama Psychiatry, sugere a necessidade de cuidados e acompanhamento de pessoas que sofrem essas lesões.
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Suicide, Fatal Injuries, and Other Causes of Premature Mortality in Patients With Traumatic Brain Injury
Onde foi divulgada: periódico Jama Psychiatry
Quem fez: Seena Fazel, Achim Wolf, Demetris Pillas, Paul Lichtenstein, Niklas Långström
Instituição: Universidade de Oxford, na Inglaterra, e outras
Resultado: Sobreviventes de lesão cerebral traumática são três vezes mais propensos a morrer prematuramente
A lesão cerebral traumática, como a sofrida pelo o ex-piloto alemão Michael Schumacher em um acidente de esqui em dezembro, é provocada por um golpe na cabeça que causa fratura no crânio, hemorragia interna, perda da consciência por mais de uma hora ou a combinação dos três.
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Os cientistas da Universidade de Oxford e do Instituto Karolinska, na Suécia, compararam dados médicos de 218 300 pessoas nascidas a partir de 1954 que sobreviveram a essas lesões com os registros de seus 150 513 irmãos e com mais de 2 milhões de indivíduos de um grupo de controle. “Descobrimos que as pessoas que sobrevivem seis meses depois da lesão cerebral traumática continuam três vezes mais propensas a morrer prematuramente do que a população de controle e 2,6 vezes mais propensas a morrer do que seus irmãos não afetados”, explicou o líder do estudo, Seena Fazel, pesquisador-sênior do Departamento de Psiquiatria da Universidade de Oxford.
As principais causas da morte prematura, definida como a que ocorre antes dos 56 anos, foram suicídio, acidentes de carro e quedas. Os pesquisadores descobriram ainda que os sobreviventes são duas vezes mais propensos a se matar que seus irmãos. Muitos deles foram diagnosticados com distúrbios psiquiátricos após a lesão. “Os sobreviventes de TBI deveriam ser monitorados cuidadosamente em busca de sinais de depressão, abuso de substâncias e outros distúrbios psiquiátricos, pois são todas condições tratáveis”, afirmou Fazel.
As razões para o maior risco de morte prematura não estão claras. Fazel afirma, entretanto, que a capacidade de julgamento dos indivíduos pode ficar comprometida após a lesão.
(Com AFP)