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Jovem se recupera após 2 meses enclausurado no próprio corpo

Aos 19 anos, Juan Torres sofreu uma parada respiratória e ficou meses enclausurado em seu corpo até conseguir voltar a dar sinais de consciência

Por Da redação
13 mar 2017, 15h22

O jovem Juan Torres passou dois meses enclausurado em seu próprio corpo, após uma parada respiratória em 2013. Trata-se da síndrome de enclausuramento.  Na maioria dos casos, o paciente consegue se comunicar pelos olhos. Mas Juan não conseguia. Isso fazia com que os médicos acreditassem que ele estava em um estado vegetativo, do qual não iria se recuperar. Felizmente, o jovem melhorou e aos poucos tentar retomar sua vida, segundo informações da rede BBC.

Em julho de 2013, quando tinha 19 anos, Juan Torres, voltou de uma festa e foi dormir. Essa é a última lembrança que ele tem antes de sua vida mudar completamente. Naquela noite, o jovem sofreu uma parada respiratória. Sua mãe, Margarita, chamou uma ambulância, que o levou a um hospital de Oakville, a 30 minutos de Toronto, no Canadá.

Apesar das tentativas para salvá-lo, o caso parecia perdido. “Houve um momento em que nos disseram: ‘ele está indo embora, deem adeus'”, contou Margarita à BBC.

Contra todas as expectativas, Juan sobreviveu. Porém, segundo os médicos, permaneceria em um estado vegetativo irrecuperável. O problema é que, embora fosse incapaz de comunicar-se, Juan estava consciente e escutava tudo o que diziam.
“Foi terrível. Nem sequer podia chorar. Suponho que meu cérebro ainda não tinha se reconectado aos dutos lacrimais”, disse Juan.

Recuperação surpreendente

A mãe de Juan conta que às vezes era difícil manter o otimismo, pois “se passaram muitos dias e muitas horas sem que houvesse sinal algum”. Até que um dia, algo extraordinário aconteceu. No primeiro dia em que os pais de Juan levaram o filho para passear fora do quarto do hospital, sem mais nem menos, ele riu depois que sua mãe disse algo como “você sempre será minha pequena Branca de Neve…”.

“Para mim, foi um sinal muito específico de que iria se recuperar. Ficaram eufóricos, cheios de alegria”, lembrou a mãe.

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Finalmente Juan havia conseguido sinalizar às pessoas que ele estavam consciente. “O mero fato de ele estar falando conosco hoje é realmente incrível. Os médicos disseram a Margarita que seu filho respirava, mas já não estava ali. Ela, no entanto, não acreditava nas palavras deles”, contou Gabriel Weston, apresentadora da série televisiva BBC Incredible Medicine, quase quatro anos depois do ocorrido.

Segundo Gabriel , a ciência ainda não consegue explicar por que de repente Juan conseguiu se comunicar. “Como e por que isto ocorre com alguns pacientes, o que desencadeia a síndrome… São algumas das grandes interrogações da medicina”.

Estado vegetativo ou síndrome do enclausuramento?

Ainda é muito difícil para os médicos conseguirem identificar se um paciente está em estado vegetativo ou se desenvolveu a síndrome do enclausuramento. Essa é justamente a área de investigação do pesquisador Adrian Owen, da Universidade de Ontário Ocidental, no Canadá.

Para identificar essa diferença, o neurocientista usa ressonância magnética para analisar o fluxo sanguíneo no cérebro de pacientes em aparente estado vegetativo. Ele pede aos pacientes que se imaginem jogando tênis. Se for síndrome do enclausuramento, eles entendem e seguem a instrução. O pesquisador confirma isso de acordo com a área ativada no cérebro.

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Em sua pesquisa, Owen concluiu que 20% dos pacientes em estado aparentemente vegetativo têm consciência do que ocorre ao seu redor.

O especialista examinou Juan quando ele estava em “coma” e, novamente, quando começou a se recuperar. Para o pesquisador, o caso de Juan é importante para ajudá-lo a entender quando há ou não consciência.

“Naquele momento (quando estava em aparente estado vegetativo), não havia absolutamente nenhuma resposta a estímulos. Seus olhos estavam abertos, mas não havia mais nada”, afirmou Owen à BBC. Apesar das evidências, o médico confirmou que Juan reconhecia o rosto de seu ajudante e lembrava de lugares e de situações que tinham ocorrido.

Hoje, quase quatro anos depois, Juan cursa Ciências Naturais e, aos poucos, reaprende a caminhar. “Lembro de repetir com frequência a mim mesmo: vou voltar a andar. Isto me motivou a seguir em frente. Acho que daqui a um ano estarei caminhando de novo.”, contou Juan. “

Já sua mãe comemora e afirma com um sorriso no rosto: “Percebemos agora a vida de uma maneira totalmente diferente. É extraordinário”.

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