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Inglaterra põe restrição a viajantes da África por causa de nova variante

Segundo os primeiros dados, a cepa do coronavírus identificada primeiro na África do Sul pode ser mais transmissível do que as demais

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 25 nov 2021, 21h01

Voos de seis países do sul da África serão colocados sob as restrições de viagem da lista vermelha da Inglaterra – sistema de imposição de quarentena durante 11 noites para viajantes que chegam do exterior adotado pelo governo britânico para conter o avanço da Covid-19 – após cientistas expressarem preocupações sobre a variante B.1.1.529, que, segundo especialistas, pode ser a pior já identificada. “Uma ameaça potencialmente significativa ao programa de vacinas que temos que proteger a todo custo”, disseram fontes de Whitehall, centro administrativo do Reino Unido, ao jornal The Guardian.

A variante, identificada na terça-feira 23, causou inquietação por carregar um “número extremamente alto” de mutações. Os últimos dados, apresentados nesta quinta-feira 25, por cientistas sul-africanos, revelam que ela também parece ser mais transmissível e está presente em províncias de todo o país. Por isso, pessoas que saíram da África do Sul recentemente rumo ao Reino Unido e países vizinhos serão rastreadas e submetidas a testes a fim de evitar a disseminação da nova variante.

Além de colocar a África do Sul, Namíbia, Lesoto, Botswana, Eswatini e Zimbábue em sua lista vermelha de viagens e proibir voos a partir de sexta-feira 26, as autoridades britânicas estão revisando uma série de medidas, incluindo a reintrodução limitada do uso de testes de PCR para chegadas no país. Os viajantes com teste positivo serão encorajados também a fazer um teste para a detecção de variantes. “Sempre fomos claros que tomaremos medidas para proteger o progresso que fizemos. Nossos cientistas estão profundamente preocupados com essa variante. Estou preocupado, é claro, esse é um dos motivos pelos quais tomamos essa decisão”, disse o secretário de saúde, Sajid Javid. “Pelo que sabemos, há um número significativo de mutações, talvez o dobro do número de mutações que vimos na variante Delta. E isso sugere que pode muito mais transmissível e as vacinas que temos serem menos eficazes”, acrescentou.

Segundo Ewan Birney, vice-diretor geral do Laboratório Europeu de Biologia Molecular e membro do Spi-M, que assessora o governo do Reino Unido, a nova variante representa um risco de agravamento da pandemia. “O que aprendemos com outras situações como esta – algumas deram certo e outras não – é que, enquanto estamos investigando, você precisa ser razoavelmente paranóico, disse.

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A nova variante foi identificada após uma onda de casos em Gauteng, província onde estão situadas as cidades de Pretória e a capital Johanesburgo. Os casos, centrados em uma universidade, foram causados pelo  aumento na socialização. Esta semana, no entanto, a variante foi colocada como uma causa potencial do aumento de infecções no continente africano. Um caso também foi registrado em Hong Kong, um homem de 36 anos que testou positivo enquanto estava em quarentena após uma viagem à África do Sul.

Nas últimas 48 horas, cientistas sul-africanos revisaram dados de testes de PCR da região de Gauteng e descobriram que a variante está por trás do aumento de casos, que cresceram cerca de 90% nas últimas semanas. Em nível nacional, o número diário de infecções na África do Sul atingiu 1.200 na quarta-feira 24, ante 106 no início do mês. “Podemos ver os primeiros sinais de que esta linhagem subiu rapidamente em prevalência em Gauteng e pode já estar presente na maioria das províncias”, disse o virologista Túlio de Oliveira, em entrevista coletiva. A professora Anne von Gottberg, microbiologista clínica e chefe de doenças respiratórias do Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis da África do Sul disse que, até o momento, há cerca de 100 casos confirmados, detectados por meio de sequenciamento completo de amostras e sinais de transmissão comunitária.

A Organização Mundial da Saúde se manifestou, dizendo que monitora de perto a variante relatada e deve convocar uma reunião técnica na sexta-feira, 26, para determinar se ela deve ser designada uma como uma variante de “interesse” ou “preocupação”. Até esta quinta-feira, a Inglaterra não tinha mais nenhum país na lista vermelha. Além do país, Israel também anunciou que vai proibir seus cidadãos de viajarem para o sul da África – cobrindo os mesmos seis países, além de Moçambique – e impedir a entrada de viajantes estrangeiros da região.

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Abaixo, os dados da vacinação no Brasil:

 

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