Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

‘Hoje é o primeiro passo para a cura da aids’, diz Nobel

Grupo de cientistas apresentou uma agenda de pesquisa para vencer a doença

Por Da Redação
20 jul 2012, 06h03

“Hoje é o primeiro passo para a cura da aids“. Com esta declaração, a virologista francesa Françoise Barre-Sinoussi, que ganhou o prêmio Nobel de Medicina em 2008 por identificar o vírus HIV, anunciou nesta quinta-feira o início de uma coalizão internacional para finalmente derrotar o vírus que provoca a doença.

Durante uma entrevista prévia da Conferência da Sociedade Internacional de Aids deste ano, que começa sábado em Washington (EUA), Barre-Sinoussi afirmou que, após as últimas descobertas relacionadas à aids, a cura para a doença está à vista e um time de cientistas do mundo todo se uniu em torno de uma agenda de pesquisa para encontrá-la.

O esforço é inspirado na história do paciente americano Timothy Ray Brown, que se curou da aids após passar por um tratamento em Berlim em 2007. Brown foi submetido a um transplante de células-tronco doadas por um homem com uma rara mutação genética que impede a contaminação pelo HIV. Todo seu sistema imunológico foi substituído por um novo.

“Isso prova que encontrar uma maneira de eliminar o vírus do corpo é realista”, disse a virologista francesa. Nos últimos anos, o bem sucedido tratamento de Brown se tornou uma espécie de mantra para os cientistas, que buscaram repeti-lo apesar do alto custo e das dificuldades para reprodução em grande escala.

A partir de agora, ao invés de procurar copiar o tratamento de Brown, os pesquisadores irão se concentrar em como chegar a uma reação semelhante de forma mais barata e fácil de replicar.

Leia também:

EUA aprovam Truvada, 1ª pílula de prevenção ao vírus da aids

Continua após a publicidade

Relatório da OMS indica aumento da resistência aos remédios contra HIV

Estados Unidos aprovam primeiro teste de HIV caseiro

Otimismo – O otimismo dos pesquisadores, porém, se deve também a outras conquistas recentes. Segundo Barre-Sinoussi, agora existe a certeza de que uma minoria de pacientes, cerca de 0,3%, não apresentam sintomas da doenças mesmo sem nunca ter recebido qualquer tratamento e um pequeno grupo que recebeu medicamentos antirretrovirais na França passou a viver sem os sintomas da doença. “Há esperança, mas não me pergunte para uma data porque não sabemos”, ponderou.

Apesar de evitar estabelecer um prazo para a descoberta da cura da aids, a virologista disse que é possível, “em princípio”, eliminar a pandemia até 2050 se as barreiras ao acesso a medicamentos forem eliminadas.

Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos EUA e um dos principais colaboradores da iniciativa, ponderou que é cedo para avaliar as chances de sucesso. Mas ele virá, acredita. “Posso dizer que estou confiante de que teremos uma vacina, só não posso lhe dizer quando. Com a cura, ainda estamos em uma fase muito nascente da descoberta”.

Redução – O número de mortes pela infecção por HIV está em queda em várias partes do mundo. De 2005 a 2011, a redução foi de 24%. Já o número de pessoas em tratamento subiu 20% entre 2010 e 2011, alcançando 8 milhões de pessoas, a maioria nos países mais pobres.

Continua após a publicidade

Mais que 34 milhões de pessoas no mundo todo estão vivendo com o vírus HIV, e 30 milhões morreram de doenças relacionadas à aids desde a década de 1980, quando a doença foi descoberta, de acordo com a Agência das Nações Unidas de Luta contra a Aids (Unaids).

Brasil – No país, a incidência da doença, que é de 18 pessoas infectadas para cada 100.000 habitantes, permanece estável há 12 anos. Entre 1980 e junho de 2011 foram notificados 608.230 novos casos de aids, dos quais 56,4% concentram-se no sudeste.

Em 2010, foram 34.218 novos casos no país. Nesse período, oito estados apresentaram índices de incidência maiores que a média nacional: Amazonas, Roraima, Pará, Espirito Santo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Clique nas perguntas abaixo para saber mais sobre a aids:

*O conteúdo destes vídeos é um serviço de informação e não pode substituir uma consulta médica. Em caso de problemas de saúde, procure um médico.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.