‘Headbanging’ em show do Motörhead causa hematoma cerebral em metaleiro
No periódico "The Lancet", médicos relatam caso de paciente diagnosticado com lesão no cérebro depois de chacoalhar a cabeça no espetáculo
Comum nos shows de heavy metal, o headbanging, ou bate-cabeça, em português, pode ter efeitos maléficos no cérebro, de acordo com um relato de caso publicado na quinta-feira no periódico The Lancet. Médicos da Faculdade de Medicina de Hannover, na Alemanha, detalharam o primeiro episódio de sangramento cerebral em um homem causado pela dança.
CONHEÇA O CASO
Título original: Chronic subdural haematoma secondary to headbanging
Onde foi divulgada: periódico The Lancet
Quem fez: Ariyan Pirayesh Islamian, Manolis Polemikos e Joachim K Krauss.
Instituição: Faculdade de Medicina de Hannover, na Alemanha
Resultado: Médicos constataram que um homem de 50 anos teve um hematoma no cérebro depois de fazer headbanging em show da banda Motörhead
O headbanging é o movimento violento que os metaleiros cabeludos fazem com a cabeça, seguindo o ritmo do heavy metal. A dança costuma ser inofensiva, embora existam relatos de traumas como dissecção da artéria carótida interna (ruptura da artéria, que passa pelo pescoço), entorse e fratura cervical.
Show do Motörhead – Em janeiro de 2013, um homem de 50 anos deu entrada no departamento de neurocirurgia da Faculdade de Medicina de Hannover com queixa de dor de cabeça que durava duas semanas e piorava. O paciente não tinha histórico médico que explicasse a dor ou trauma recente na cabeça, mas relatou que fez headbanging num show da banda Motörhead.
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Uma tomografia computadorizada do crânio confirmou que o homem apresentava um hematoma subdural crônico no lado direito do cérebro. Ele foi submetido a uma cirurgia para remover a lesão e utilizou um dreno por seis dias. A dor de cabeça diminuiu e, em dois meses, passou.
“Pode ser que a incidência desses hematomas seja maior, porque os sintomas costumam ser, no máximo, uma leve dor de cabeça, que passa espontaneamente”, diz Ariyan Pirayesh Islamian, coautor do estudo.