A gripe suína é menos letal do que a gripe comum, mostram novos números da pandemia. Enquanto o índice de mortes causadas pela gripe sazonal é de uma pessoa em mil, o influenza A (H1N1) provoca 0,2 morte a cada mil casos. Os dados são do diretor do Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC, na sigla em inglês), Denis Coulombier.
Em entrevista à agência de notícias France-Presse, Coulombier disse que, apesar dos números positivos, uma nova onda de contaminações por gripe suína deverá chegar dentro de poucas semanas no hemisfério norte, mas não há motivo para pânico: não haverá uma explosão de casos. O diretor do ECDC também alertou para o impacto da doença nas crianças e para os enormes gastos que os países tiveram para preparar os sistemas de saúde.
“Vivemos um período de ansiedade causado pela primeira fase da doença, que se desenvolveu de forma muito rápida. A situação não estava clara”, lembrou Coulombier. O diretor da ECDC afirmou também que os países estavam certos em se preparar com todos os recursos possíveis para enfrentar a doença, “pois tudo indicava que viveríamos uma pandemia severa”.
Um dos fatores que chamaram a atenção para a gripe suína é que desta vez os mais atingidos pela doença foram as crianças, que geralmente não são mais afetadas pela gripe comum, enquanto os idosos, maiores vítimas da gripe sazonal, não foram os principais alvos da doença.
Denis Coulombier acredita que essa inversão possa ter acontecido porque o vírus da gripe suína é uma evolução do vírus responsável pela gripe espanhola, em 1918. Para Coulombier, as pessoas que já haviam entrado em contato com o H1N1 adquiriram certa imunidade ao vírus, mas o diretor do ECDC ressalta que isso é apenas uma teoria. Pelo menos 4.525 pessoas morreram e 378.233 pessoas contraíram gripe suína, segundo dados da Organização Mundial da Saúde.