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“Fazer dieta não é a melhor escolha”, diz neurocientista

No livro 'Foodist', Darya Rose Pino reúne conselhos de como é possível emagrecer — e ainda ser saudável — sem contar calorias ou evitar açúcares e gorduras

Por Mariana Janjacomo
5 jul 2013, 14h40

Publicado recentemente nos Estados Unidos, o livro Foodist – Using Real Food and Real Science to Lose Weight Without Dieting (Foodist – Usando comida e ciência de verdade para emagrecer sem fazer dieta, em tradução livre) é uma compilação de dicas para uma alimentação melhor. Na obra, a neurocientista Darya Pino Rose enxerga a dieta com o olhar do cérebro: ao ter prazer na refeição, o órgão emite sinais ao corpo de que precisa de menos para se saciar.

Daria mantém ainda o blog Summer Tomato, que foi eleito em 2011 pela revista Time como um dos 50 melhores do ano. Em sua página, a neurocientista compartilha com os leitores as descobertas que faz usando a ciência por trás das dietas. “Comecei a comer melhor e a me sentir mais disposta. Então, pensei: todo mundo precisa saber disso. E criei o blog”, diz.

Em entrevista ao site de VEJA, Darya conta como a ciência pode ajudar a tornar o processo de emagrecimento bem mais leve e prazeroso do que as dietas tradicionais.

Cientificamente falando, qual seria o problema dos regimes tradicionais? As dietas são restritivas, o que significa que dependem muito da força de vontade de cada um. A força de vontade, porém, é como um músculo: quando usada excessivamente, se cansa e falha. Além disso, ter restrições calóricas por muito tempo faz com que o metabolismo fique mais lento, o que dificulta a perda e facilita o ganho de peso. Se você quer estar bem e saudável sempre – o que eu acredito que a maioria de nós quer – então, definitivamente, seguir uma dieta não é a melhor escolha. É melhor investir na construção de hábitos que façam com que as escolhas saudáveis sejam automáticas.

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Qual a função da neurociência na alimentação? A maioria das pessoas sabe, por exemplo, que um brócolis é mais saudável do que um cheesecake. Isso não é difícil de entender. O obstáculo maior é o que acontece na cabeça de cada pessoa na hora de decidir o que vai comer, ou se vai ou não para a academia. Aí entra a neurociência. Quando você diz a si mesmo que alguma comida está totalmente proibida, você praticamente se programa para, cedo ou tarde, se empanturrar daquilo. Então não se prive, mas tente minimizar as suas indulgências.

O nome do seu livro é Foodist. O que significa ser um foodist? Um foodist é uma pessoa que realmente se importa com a comida e com o prazer e a saúde que ela pode proporcionar. A comida é uma peça importante na interação com a comunidade e com as pessoas que você ama, por isso você deve gostar do que come. Acredito que essa seja a verdadeira chave para ter uma alimentação saudável: apreciar o que você está comendo.

De que forma isso é possível? Afinal, muitas das comidas que amamos e que nos trazem prazer não são nada saudáveis… É uma questão de equilíbrio. O ideal é que você encontre mais comidas saudáveis que ame e considere deliciosas, para que na maioria das refeições possa optar por elas. Se fizer isso, uma ou duas vezes por semana você pode comer também o que adora, mas não é saudável.

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Ao comer apenas o que amamos, não existe o risco de acabarmos desenvolvendo algum tipo de deficiência alimentar? Não. A ideia é que se inclua o maior número possível de tipos de comidas. Para isso, a pessoa precisa experimentar diferentes tipos de um mesmo alimento, por exemplo, comer couve roxa em vez de couve crespa, se ela não gosta da crespa. É importante também que ela tente diferentes jeitos de cozinhar esse alimento, para descobrir novas preferências. Pesquisas mostram que tentar comer várias vezes o mesmo alimento é o melhor jeito de parar de ter aversão a ele. O principal aspecto que causa o estranhamento, seja textura ou gosto, acaba se tornando familiar. Se você não gosta de beterraba, por exemplo, talvez aprenda a gostar depois de provar umas dez vezes, dando apenas uma mordida por vez. Mas isso nunca vai acontecer se você só experimentar uma vez e desistir.

Quando você passou a se interessar por saúde e alimentação? Com 11 anos, comecei a me interessar por dietas e comecei a testar todas. Não por interesse em saúde ou algo do tipo, mas porque queria ficar bem usando biquíni. Na faculdade, entrei em forma porque comecei a correr. Mas, ainda assim, queria emagrecer mais. O problema é que eu estava cansada das dietas que seguia, queria coisas novas. Foi aí que comecei a ler sobre a ciência das dietas e da nutrição, e acabei percebendo que ser saudável é o melhor jeito de entrar em forma.

Você já enfrentou problemas com alimentação? Nunca fui obesa, nem anoréxica ou bulímica. Nada do tipo. Mas posso dizer que a minha relação com a comida não era nada saudável. Eu estava sempre seguindo dietas e me privando de vários alimentos. Emagreci quase 11 quilos desde que comecei a me interessar pela ciência por trás das dietas, e isso fez uma enorme diferença – tenho uma estatura pequena e esses quilos extras estavam sobrando.

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Qual sua opinião sobre dietas que prometem resultados milagrosos? Acho muito triste, de verdade. Muitas mulheres crescem achando que para ficarem bonitas precisam seguir essas dietas. Mas comer assim é um sacrifício enorme, cheio de restrições e privações. Há estudos mostrando que esses regimes funcionam apenas por um curto período de tempo.

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