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Falar de novo

Eletrodos implantados no cérebro permitem que pacientes incapazes de falar após trauma físico recuperem a função

Por Matheus Deccache 15 jul 2021, 14h47

Pesquisadores dos Estados Unidos conseguiram fazer com que um homem que não falava havia anos devido a um acidente vascular cerebral voltasse a se comunicar. Publicada no The New England Journal of Medicine, a façanha é considerada um marco científico e tem potencial para ajudar pacientes em condições semelhantes.

Os cientistas implantaram eletrodos na área cerebral associada à fala. O device transmite sinais elétricos lá captados para um sistema que faz a “leitura” desses sinais e os traduz em palavras em seguida exibidas na tele do computador. As frases que o paciente queria dizer, mas não conseguia, são reproduzidas.

“Nosso sistema traduz a atividade cerebral que normalmente processaria o trato vocal diretamente em palavras e frases”, disse David Moses, engenheiro de pós-doutorado que desenvolveu o sistema, em conjunto com Sean Metzger e Jessie R. Liu, estudantes de graduação. Os três são os principais autores do estudo.

Ao longo das sessões, os pesquisadores pediram para que o paciente tentasse dizer palavras de uma lista de 50, como “fome”, “música” e “computador”. Posteriormente, elas foram inseridas por ele em frases distintas. Em quase metade das 9.000 vezes em que tentou dizê-las de maneira isolada, um algoritmo acertou. Quando inseridas em frases escritas na tela, o resultado foi ainda melhor.

A nova abordagem, chamada de neuroprótese de fala, faz parte de uma nova onda de inovações científicas que buscam ajudar as milhares pessoas que não falam, mas cujos cérebros mantêm as vias neurais responsáveis por seu processamento.

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Isso pode incluir pessoas com lesões cerebrais ou condições como esclerose lateral amiotrófica ou paralisia cerebral, em que os pacientes não têm controle muscular suficiente para conseguir falar.

Para os pesquisadores, agora é apenas uma questão de poucos anos para que haja um sistema clinicamente útil que permitirá a restauração da comunicação. Um dos principais avanços diz respeito ao tempo de fala. Já existem métodos responsáveis por ajudar na comunicação desses pacientes, porém são lentos e pouco funcionais.

Por meio dos eletrodos, foi possível reproduzir de 15 a 18 palavras por minuto, taxa máxima permitida devido à espera do computador entre as solicitações. Ainda não está claro se com o novo avanço será possível atingir a velocidade padrão de fala, que é de cerca de 150 palavras por minuto.

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