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Exercício físico regular ajuda a preservar níveis de vitamina D no organismo

Em alguns casos, exercícios foram mais eficazes que o sol para manter a vitamina D; treinos cardiovasculares ajudaram a preservar o nutriente no corpo

Por Fernanda Bassette, da Agência Einstein
24 set 2025, 14h00

Praticar exercícios físicos regularmente pode ser tão eficaz quanto a exposição ao sol na manutenção da vitamina D, inclusive durante o inverno, quando a produção natural do nutriente pela pele praticamente cessa. A constatação é de um estudo realizado por pesquisadores do Reino Unido e publicado na revista científica Advanced Science.

A pesquisa avaliou 51 adultos com sobrepeso ou obesidade, todos sedentários, mas saudáveis. Ao longo de dez semanas durante o inverno, metade dos voluntários manteve seu estilo de vida habitual sem alterações, enquanto o outro grupo participou de um programa de exercícios indoor. A rotina incluía quatro sessões semanais de atividade cardiovascular: duas caminhadas na esteira, um passeio de bicicleta de longa duração em ritmo constante e uma sessão intervalada de alta intensidade na bicicleta.

Durante o período do estudo, os participantes foram orientados a não usar suplementos de vitamina D para garantir que os resultados não fossem influenciados pela produção natural da vitamina na pele. Ao final do período, a pesquisa revelou que os níveis da forma ativa da vitamina D caíram cerca de 15% entre os sedentários, mas permaneceram estáveis entre os praticantes de exercício, indicando a relevância da atividade física.

Importância da vitamina D

Segundo endocrinologista Leandra Negretto, do Einstein Hospital Israelita de Goiânia, apesar do nome, a vitamina D é considerada um pró-hormônio. Após ser ativada, ela atua como mensageira em diversos tecidos. “No intestino, ela estimula a absorção de cálcio e fósforo presentes na dieta. Já nos ossos e cartilagens, participa de seu metabolismo. A sua carência pode levar a doenças como raquitismo em crianças e osteomalácia em adultos”, disse.

A médica ressalta que a substância também está associada à força muscular, imunidade e ao bom funcionamento do metabolismo energético. “Estudos recentes mostram ainda que a deficiência aumenta a suscetibilidade às infecções respiratórias, além de elevar o risco de quedas e fraturas”, acrescentou a endocrinologista.

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A suplementação de vitamina D se dá, via de regra, na sua forma ainda inativa (colecalciferol), e demanda a passagem pelo fígado e posteriormente pelos rins para ser transformada em sua forma ativa, a qual de fato executa suas funções hormonais típicas.

Já a vitamina D que produzimos na pele, por meio da exposição solar, se comporta como o suplemento, ou seja, demanda a ativação posterior no fígado e nos rins. “Por outro lado, a vitamina D conservada pelos exercícios físicos já é a forma ativa, não demandando, assim, passagem por outros órgãos para sofrer novas reações químicas e assim poder executar suas funções”, disse a médica.

Na avaliação da especialista, a originalidade do estudo está justamente no fato de mostrar que o exercício físico pode preservar a vitamina D já em sua forma ativa. “Até então, a única alternativa terapêutica para corrigir a deficiência era a suplementação oral, que oferece a vitamina na forma inativa e depende da metabolização no fígado e nos rins para se tornar funcional”, explica. “O exercício, por outro lado, atua de maneira mais direta, mantendo a forma ativa da vitamina circulando no organismo”, comentou.

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Outros benefícios

Além do impacto direto sobre a quantidade de vitamina D no sangue, os participantes que fizeram exercícios físicos também tiveram outros benefícios: melhoraram o condicionamento cardiorrespiratório, aumentaram a capacidade de queimar gordura, reduziram o tempo em comportamento sedentário e passaram a gastar, em média, 305 calorias extras por dia em relação ao período antes dos treinos.

Para Negretto, esse achado reforça que o exercício deve ser encarado como uma intervenção terapêutica. “Poupar uma pessoa de ingerir mais uma medicação pode impactar positivamente a sua qualidade de vida, evitar o que chamamos de polifarmácia, onerar menos o seu orçamento, gerar mais autonomia e melhorar sua autoestima. A mudança de comportamento melhora os seus hábitos e ajuda a superar o sedentarismo, tão deletério à saúde física e mental”, disse a médica.

A endocrinologista disse ainda que os músculos funcionam como verdadeiras glândulas, liberando substâncias chamadas miocinas, capazes de exercer efeitos anti-inflamatórios e protetores. “Entre elas está a irisina, estudada durante a pandemia por seu papel na proteção contra formas graves da Covid-19. Outra é a adiponectina, fundamental no metabolismo energético. Ou seja, o movimento desencadeia uma cascata de efeitos positivos muito além da manutenção da vitamina D”, ressaltou.

A suplementação de vitamina D só faz sentido quando sua carência for constatada, ou seja, não é para todo mundo. “A reposição só deve ser indicada quando a deficiência estiver documentada em exames. Encarar a atividade física como um verdadeiro remédio pode contribuir de maneira impactante na solução de diversos problemas de saúde, sendo que a insuficiência, ou mesmo deficiência de vitamina D, agora, passa a ser um deles”, concluiu a médica.

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