EUA investigam casos de problema cardíaco em jovens recém-vacinados
De acordo com o CDC, o número de casos em jovens é relativamente pequeno e ainda não é possível associá-lo com clareza às vacinas contra a Covid-19
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos está investigando relatos de que um pequeno número de adolescentes e jovens adultos possam ter adquirido problemas cardíacos após serem vacinados contra o novo coronavírus, de acordo com o grupo de segurança de vacinas da agência.
A declaração do grupo não apresenta muitos detalhes e afirma que um “número relativamente pequeno” de casos foi registrado, sem ter a possibilidade de relacioná-los diretamente com as vacinas. A condição, chamada de miocardite, é uma inflamação do músculo do coração e pode ser desenvolvida após determinadas infecções.
Ainda em estágios iniciais, os estudos do CDC não podem afirmar com clareza de que há uma relação entre as vacinações e os casos de miocardite. Apesar disso, a agência publicou uma série de recomendações a médicos e clínicos para que fiquem atentos a casos incomuns presentes em adolescentes e jovens adultos que tenham sido imunizados contra o novo coronavírus recentemente.
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Os relatos apontam para o início da condição cerca de quatro dias após a aplicação da segunda dose das vacinas que contam com a tecnologia de RNA, como a da Pfizer-BioNTech e da Moderna. Além disso, os casos são mais comuns em homens do que em mulheres. Os especialistas afirmam, porém, que o efeito colateral extremamente raro é muito menor se comparado com os riscos da Covid-19 e que a própria doença pode causa a miocardite.
Até o dia 13 de maio, mais de 3,9 milhões de crianças americanas foram diagnosticadas com o coronavírus e mais de 16.000 foram hospitalizadas, número maior do que aquelas que são internadas devido à gripe por ano no país, de acordo com dados da Academia Americana de Pediatria. Além disso, mais de 300 crianças morreram por complicações da Covid-19 nos EUA, se tornando uma das dez maiores causas de mortes em crianças desde o início da pandemia.
Até o momento, os números de casos de miocardite associados à vacina não aparentam ser maiores do que na população de jovens em geral. Esse número varia entre 10 e 20 pessoas em 100 mil. Além disso, a grande maioria dos casos é leve ou nem chegam a ser diagnosticado.
Apesar disso, o CDC julgou “ser importante informar os relatos de miocardite às farmacêuticas”. A vacina da Pfizer teve seu uso autorizada para jovens a partir dos 16 anos em dezembro e, no início de maio, foi estendida para crianças a partir dos 12 anos de idade,
Os departamentos de saúde dos estados de Washington, Oregon e Califórnia já haviam alertado cardiologistas sobre o problema. Também há uma relatório com sete casos que foi submetido a uma revista científica para revisão e publicação.
A campanha de vacinação nos Estados Unidos caminha a passos largos. Cerca de 49% da população já foi vacinada com pelo menos uma dose, ao mesmo tempo que 39% já estão completamente imunizadas. Isso equivale a mais de 163 milhões de doses administradas. Destas, cerca de 4,5 milhões foram aplicadas em jovens entre 12 e 18 anos.