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EUA aprovam aparelho que mede ondas cerebrais para diagnóstico do déficit de atenção

Dispositivo analisa diferentes ondas elétricas e a frequência desses impulsos. Intenção é utilizá-lo como parte do processo de identificação do TDAH

Por Da Redação
17 jul 2013, 16h34

Os Estados Unidos aprovaram na última segunda-feira o primeiro dispositivo para diagnóstico com base em ondas cerebrais para o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Liberado para uso pelo FDA, agência sanitária americana, o dispositivo funciona analisando as diferentes ondas elétricas emitidas pelos neurônios e a frequência desses impulsos. O aparelho deverá ser usado como parte do diagnóstico (que inclui exames e avaliações psicológicas), para aprimorar e confirmar a opinião médica.

Produzido pela empresa NEBA Health, o aparelho NEBA System (Sistema NEBA, em tradução livre) reconhece as diferentes ondas cerebrais por meio de eletroencefalografia (EEG). Em seguida, ele calcula a proporção entre as frequências de dois tipos de ondas cerebrais: theta e beta. De acordo com estudos prévios, a frequência dessas ondas é mais alta em crianças e adolescentes com TDAH. O teste não é invasivo e dura entre 15 e 20 minutos.

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“Diagnosticar o TDAH é um processo de muitas etapas, que se baseia em um exame médico e psiquiátrico completo”, afirma Christy Foreman, diretor do Escritório de Avaliação de Dispositivos do FDA. “O Sistema NEBA, em conjunto com outras informações clínicas, pode ajudar os médicos a determinar de forma mais precisa se o TDAH é a causa de um problema de comportamento”, explica.

Estudo clínico – O dispositivo foi testado em 275 crianças e adolescentes de 6 a 17 anos, que apresentavam problemas de atenção e comportamento. Todos os participantes foram avaliados com o NEBA e também pelos métodos de diagnóstico padrão – como os critérios do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM), questionários de comportamento, testes de QI e exames físicos.

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Um grupo independente de especialistas revisou os dados obtidos e chegou a um consenso sobre o diagnóstico dos participantes. Os resultados mostraram que o uso do NEBA ajudou os médicos a tomar uma decisão mais precisa, em comparação aos casos em que apenas a avaliação clínica foi realizada.

Epidemia – O TDAH é uma das desordens neurocomportamentais mais comuns na infância. Segundo dados dos Estados Unidos, divulgados em abril pelo Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC, sigla em inglês), órgão federal de saúde do país, 11% das crianças em idade escolar foram diagnosticadas com TDAH. Crianças com esse transtorno podem apresentar dificuldades em prestar atenção, hiperatividade, impulsividade e problemas de comportamento.

O constante aumento no número de casos da doença tem preocupado especialistas. Ainda de acordo com o CDC, o número de crianças com TDAH aumentou 41% na última década, nos Estados Unidos.

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Opinião do especialista

Ênio Roberto de Andrade

Coordenador do Ambulatório de TDAH na Infância e Adolescência do Institudo de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (HCFMUSP)

“Esse exame que aumenta a incidência de acerto no diagnostico. Mas o próprio FDA deixa bem claro que ele não pode ser utilizado sozinho como diagnostico – é mais um instrumento, que ainda carece de evidências.

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“Diversos estudos têm sido feitos para identificar padrões de comportamento de ondas cerebrais de acordo com quadros psiquiátricos. Porém, ainda não existe nada definitivo. Essa nova avaliação parece promissora, mas ainda tem que ser feita em conjunto com a avaliação clínica. Talvez no futuro a gente possa colocar a cabeça em um aparelho e sair de lá com um diagnóstico. Mas ainda não estamos perto disso, e não podemos abrir mão da consulta e de uma avaliação.”

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