Estudo identifica relação entre tamanho da mama e câncer
Empresa de genoma pessoal dos EUA descobriu três variações genéticas ligadas tanto ao risco da doença quanto ao crescimento normal da mama
Uma pesquisa desenvolvida pela empresa de genoma pessoal 23andMe revelou, pela primeira vez, uma relação entre tamanho da mama e risco de câncer. O estudo, publicado na edição desta semana do periódico BMC Medical Genetics, identificou sete variações genéticas associadas ao crescimento normal da mama e descobriu que, entre elas, três também estão diretamente ligadas à doença.
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23andME
A empresa de genoma pessoal do Vale do Silício foi fundada por Anne Wojcicki, que é casada com um dos fundadores do Google, Sergey Bin, e sua sócia, Linda Avey. O nome 23andMe se refere aos 23 pares de cromossomos que um ser humano tem e que carregam o nosso material genético. Inicialmente, as pessoas pagavam 999 dólares para que, a partir de suas salivas, tivessem seus DNAs sequenciados. Em 2008, no lançamento europeu da empresa, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, as personalidades presentes no evento, como Naomi Campbell, Thomas Friedman e Peter Gabriel, foram convencidas a cuspirem em um tubo esterilizado para terem seu genoma codificado.
Os pesquisadores chegaram a essa conclusão após analisarem os dados de 16.175 mulheres que são clientes da empresa americana. Foram levados em consideração o tamanho do sutiã que eles usavam e também suas informações genéticas, além de outros fatores, como idade, histórico de câncer de mama na família e histórico de gravidez. Os autores, então, observaram os polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs, na sigla em inglês) relacionados ao crescimento normal da mama e ao câncer na região. Os SNPs são as diferenças que o DNA de uma pessoa apresenta em relação a uma amostra padrão de DNA.
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O coordenador do estudo Nicholas Eriksson explica que outros trabalhos já haviam associado um tamanho maior da mama entre mulheres jovens e o risco de câncer, e que os achados dessa nova pesquisa podem dar suporte genético para explicar evidências como essas. No entanto, essas conclusões não estabelecem uma relação epidemiológica definida (por exemplo, que mulheres com tamanho menor de mama têm menos câncer), mas sim contribuem para uma melhor compreensão das interações entre as características morfológicas da mama e as chances da doença.
Clique nas perguntas abaixo para saber mais sobre câncer de mama:
Dr. Antonio Wolff
O oncologista Antonio Wolff é especialista em câncer de mama. Está começando um projeto de pesquisa com 8.000 mulheres, que fará testes com dois remédios – trastuzumabe e lapatinibe. Os primeiros resultados deverão começar a aparecer em dois anos.
Formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Wolff é pesquisador da Universidade Johns Hopkins há doze anos. Ali, atende pacientes duas vezes por semana e estuda, faz pesquisas, dá palestras. Seu foco é no que pode ser feito para melhorar a vida do paciente.
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