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Entidades cobram pronto-socorros preparados para casos de obesidade grave

Documento pede que unidades contem com macas e equipamentos que suportem peso dos pacientes; atrasos em intervenções podem colocar vida em risco

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 26 set 2024, 19h41

A necessidade de oferecer atendimento adequado a pacientes com obesidade grave em pronto-socorros é o foco de um documento lançado nesta quinta-feira, 26, em uma parceria entre a Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede) e a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso). O objetivo das entidades é cobrar infraestrutura e capacitação dos profissionais para que a falta de equipamentos não impactem intervenções cruciais para salvar a vida desses pacientes em situações de emergência.

O documento considera o cenário de crescimento da pandemia de obesidade no Brasil, que repete o quadro de outros países, e as medidas que devem ser adotadas para que essas pessoas não fiquem sem atendimento por ausência de profissionais capacitados para realização de exames considerando as especificidades dos pacientes ou de macas que suportem o peso deles.

“O manejo de pacientes com obesidade no departamento de emergência requer adaptações em termos de estrutura, equipamentos e capacitação da equipe. Desde o uso de macas reforçadas até a necessidade de habilidades técnicas específicas para procedimentos como intubação e obtenção de acesso venoso, o atendimento envolve desafios únicos, especialmente em situações de emergência”, diz o documento.

As entidades sugerem que políticas públicas sejam adotadas para evitar riscos à vida dos pacientes com índice de massa corporal (IMC) igual ou acima de 40 kg/m², como treinamento sobre a doença nos programas de residência em Medicina de Emergência, encaminhamento de pacientes com peso acima de 150 kg para serviços estruturados para o atendimento e campanhas de combate à gordofobia.

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“O documento norteia a estrutura e o cuidado para um grupo de pacientes que acaba sofrendo muito pelo despreparo dos serviços de saúde. Em um momento de emergência, isso é extremamente determinante para a evolução do paciente”, explica Maria Edna de Melo, coordenadora da comissão de advocacy da Abeso e diretora do departamento de obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem).

Também estão entre as orientações:

•⁠ ⁠Infraestrutura adequada: macas e equipamentos que suportem o peso dos pacientes
•⁠ ⁠Capacitação profissional: habilidades técnicas para procedimentos como acesso venoso, que podem ser complexos em pacientes com excesso de tecido adiposo
•⁠ ⁠Equipamentos específicos: inclusão de dispositivos adequados para atender à diversidade de tamanhos e pesos
•⁠ ⁠Treinamento de equipes: capacitação contínua dos profissionais para o manejo de pacientes com obesidade em situações críticas
•⁠ ⁠Adequação das infraestruturas: garantir acessibilidade e funcionalidade dos espaços destinados a pacientes com obesidade

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Aumento da obesidade

Desde 1975, a prevalência global de obesidade triplicou e os próximos anos devem manter a tendência. Dados da Federação Mundial de Obesidade (WOF, na sigla em inglês) apontam que 2,2 bilhões de adultos (42%) viviam com sobrepeso ou obesidade em 2020 e a estimativa é de que o número passe para 3,3 bilhões (54%) em 2035.

No Brasil, o Vigitel Brasil 2023 indicou que, nas capitais, o sobrepeso atinge 61,4% da população e que 24,3% dos habitantes vivem com obesidade.

 

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