Ecstasy pode ajudar vítimas de trauma psicológico
Um estudo realizado nos Estados Unidos conseguiu curar os sintomas do transtorno do estresse pós-traumático em pacientes voluntários
MDMA (metilenodioximetanfetamina), a droga conhecida como ecstasy, pode ajudar no tratamento de pessoas com transtorno estresse pós-traumático (PTSD, sigla em inglês) quando utilizado junto com psicoterapia. O estudo foi publicado no Journal of Psychopharmacology, editado pela Associação Britânica de Psicofarmacologia.
A descoberta, se comprovada pela comunidade científica, será histórica: será a primeira vez que o MDMA será usado para proporcionar benefícios terapêuticos aos pacientes.
O MDMA foi usado como medicamento no fim da década de 1970, embora houvesse poucas provas científicas da sua eficiência. Ao fim da década de 1980, ela invadiu as pistas de dança e foi proibida para consumo antes que qualquer teste médico com pacientes fosse feito.
Para entender os benefícios potencias da droga, Michael Mithoefer, um psiquiatra e pesquisador do estado da Carolina do Sul, nos EUA, e seus colegas, deram MDMA ou placebo para 20 pacientes com PTSD; a maioria mulheres vítimas de abuso sexual, que não respondiam a drogas convencionais.
Os indivíduos receberam duas sessões de oito horas de psicoterapia com um intervalo de três a cinco semanas, nas quais receberam as doses de MDMA ou um placebo. Durante o período em que se deu o experimentos, voluntários também participaram das sessões semanais de psicoterapia.
Os voluntários foram examinados para verificação de sintomas de PSTD antes e depois de cada tratamento, e também, dois meses depois. Dos 12 participantes que receberam o MDMA, 10 tiveram melhoras significativas em sua condição – não mais demonstravam sintomas que definem medicamente a condição de PSTD – em comparação com dois pacientes que receberam placebo.
Mithoefer disse que os resultados são bons, mas lembra que o estudo é preliminar e os resultados precisam ser reproduzidos em outros consultórios. “Acho que meus resultados serão obtidos em outros estudos, mas precisamos aguardar”, disse o médico a revista americana New Scientist.