Depressão pode ser sinal de Alzheimer
De acordo com estudo, pessoas que vão desenvolver a demência no futuro têm duas vezes mais risco de sofrer alterações comportamentais antes de apresentar problemas de memória
Sofre de depressão e ansiedade? Então melhor tomar cuidado com o Alzheimer. Segundo um estudo publicado pelo periódico Neurology, pessoas que desenvolvem Alzheimer e não possuem problemas de memória têm o dobro de probabilidade de apresentar alterações comportamentais antes da doença se manifestar.
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: “Noncognitive” symptoms of early Alzheimer disease
Onde foi divulgada: periódico Neurology.
Quem fez: Mary Clare Masters, John C. Morris e Catherine M. Roe.
Instituição: Universidade School of Medicine, nos Estados Unidos.
Resultado: Pessoas que desenvolverão o Alzheimer têm duas vezes mais risco de sofrer de alterações comportamentais como depressão, ansiedade e irritabilidade.
“Estudos já mostraram que 90% das pessoas com Alzheimer tiveram mudanças comportamentais ou psicológicas, como depressão, ansiedade e agitação. Nossa pesquisa sugere que essas alterações começam antes do indivíduo ter uma demência diagnosticável”, explica Catherine M. Roe, coautora do estudo, membro da Academia Americana de Neurologia e pesquisadora da Universidade School of Medicine, nos Estados Unidos.
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Os pesquisadores analisaram por sete anos dados de 2.416 pacientes a partir de 50 anos sem problemas cognitivos. Durante o estudo, 1.218 desenvolveram Alzheimer. Antes de manifestar a doença, 30% deles apresentaram mudanças de comportamento e humor, como apatia, alterações do apetite, irritabilidade e depressão, ante 15% dos que não tiveram a doença.
A relação exata entre Alzheimer e as mudanças comportamentais, no entanto, ainda precisa de mais estudos para ser desvendada, segundo Catherine. “Nós ainda não sabemos se a depressão é uma resposta ao processo psicológico do Alzheimer ou resultado de outras mudanças cerebrais. Mais pesquisas são necessárias para identificar a relação entre essas duas condições”, diz a pesquisadora.
(Da redação de VEJA.com)