Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Crescem as evidências da relação entre zika e Guillain-Barré

Um novo estudo francês com dados do surto do vírus na Polinésia mostrou que quase todos os participantes acometidos pela síndrome tinham a presença do zika no sangue

Por Da Redação
1 mar 2016, 14h51

O zika vírus está relacionado ao aumento do número de casos da síndrome de Guillain-Barré, que provoca paralisia grave dos membros com efeitos respiratórios. A conclusão é de um estudo publicado segunda-feira, no periódico científico The Lancet.

Pesquisadores do Instituto Pasteur, na França, analisaram amostras de sangue de 42 pacientes diagnosticadas com Guillain-Barré durante o surto de zika que infectou 66% da população da Polinésia Francesa entre outubro de 2013 e abril de 2014.

Os cientistas realizaram exames sorológicos para verificar a presença de anticorpos contra o vírus da zika no sangue dos pacientes, o que seria um indicativo da infecção. Os resultados mostraram que 41 pessoas, ou 98% do total, tiveram a doença. Já na população em geral, a incidência de zika foi de 36%.

A incidência na população em geral foi calculada a partir de um grupo de controle composto por 98 pessoas que não tinham a síndrome nem apresentaram sintomas de zika.

“Este é o primeiro estudo a avaliar um grande número de pacientes que desenvolveram a síndrome de Guillain-Barré depois de uma infecção pelo vírus da zika e a fornecer evidência de que o vírus da zika pode causar a síndrome de Guillain-Barré”, disse Arnaud Fontanet, principal autor do estudo.

Continua após a publicidade

De acordo com os autores, os casos da síndrome ligadas ao zika são mais breves e menos agressivos do que quando desencadeada por outros fatores. A estimativa do risco de desenvolver a síndrome de Guillain-Barré após uma infecção por zika é de 2,4 casos para cada 10.000 infectados. Nos Estados Unidos e na Europa o risco de desenvolver a após infecções como gripe ou dengue fica entre 0,1 e 0,2 casos para cada 10.000 infectados.

Leia também:

Zika vírus pode estar ligado a lesões no cérebro de adultos

Um guia para se proteger do zika

Em um editorial que acompanhou o estudo, dois especialistas australianos em doenças infecciosas, afirmam que o zika vírus pode ser considerado uma das causas para desenvolvimendo da síndrome de Guillain-Barré. Entretanto, eles ressaltam que o assunto tem de ser aprofundado em outras pesquisas, já que o estudo atual possui uma margem de incerteza relacionada à análise sorológica. Além disso, há o fato de ser impossível ainda afirmar que o surto do vírus na América Latina seja igual ao que ocorreu na Polinésia Francesa.

Aumento de casos na América Latina – Assim como ocorreu na Polinésia Francesa em 2013 e 2014, houve um aumento do número de casos da síndrome de Guillain-Barré após o início do surto de zika na América Latina. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o registro da doença no Brasil foi superior a 100%, em especial em quatro Estados do Nordeste: Alagoas, Bahia, Piauí e Rio Grande do Norte. O aumento total da incidência do problema no país foi de 19% em 2015, em relação a outros anos.

Ainda segundo a OMS, também houve aumento dos casos do distúrbio neurológico em outros quatro países da região: Colômbia, El Salvador, Suriname e Venezuela.

Síndrome de Guillain-Barré – A síndrome de Guillain-Barré é uma doença do sistema nervoso que causa paralisia temporária. Considerada de caráter autoimune, ela pode surgir em qualquer momento da vida e ser desencadeada após uma infecção viral ou bacteriana. Em geral, os sintomas progridem entre três e quatro semanas, quando começeam lentamente a regredir. A condição pode deixar sequelas em 20% dos pacientes e matar 5% dos acometidos.

Continua após a publicidade

(Da redação)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.