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Covid: Distanciamento não impede transmissão em locais fechados, diz MIT

Pesquisadores do instituto desenvolveram uma forma de calcular o risco de exposição à Covid-19 em ambientes internos; tempo é um dos principais fatores

Por Giulia Vidale Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 26 abr 2021, 18h17 - Publicado em 26 abr 2021, 16h35

Manter dois metros de distância em ambientes fechados não é suficiente para impedir a disseminação do novo coronavírus. A conclusão é de um estudo publicado recentemente na revista científica PNAS, feito por pesquisadores do MIT.

No estudo, dois professores do MIT propõem uma nova abordagem para estimar os riscos de transmissão da Covid-19 em diferentes ambientes internos. Segundo eles, a recomendação atual, que orienta manter dois metros de distância de outras pessoas é baseada em evidências ultrapassadas, que levavam em consideração que a transmissão da doença ocorria por meio do contato com gotículas.

Entretanto, diante da constatação de que a doença também é transmitida pelo ar, outros fatores, incluindo tempo no local, ventilação e filtração de ar, dimensões do local, número de ocupantes, atividade respiratória e uso de máscara desempenham um papel mais importante na transmissão do vírus nestes ambientes do que o distanciamento social. As gotículas de aerossol são mais leves e ficam suspensas no ar por mais tempo.

“Nós argumentamos que, no contexto da transmissão pelo ar em um espaço fechado, os benefícios da regra de dois metros de distância são limitados. Como todos na sala respiram o mesmo ar, eles compartilham o mesmo risco. O distanciamento social pode estar dando a você uma falsa sensação de segurança.”, disse Martin Bazant, um dos autores do estudo, ao site da CNBC.

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LEIA TAMBÉM: O que tirar do estudo que associa os exercícios a menos mortes de Covid-19

A pesquisa foi baseada em modelos que presumem que o ar no local fechado o vírus está distribuído uniformemente no ar. Segundo os autores, dependendo das características do ambiente, a pessoa que está a 2 metros de distância corre o mesmo risco do que a que está a 20 metros.

Usando os melhores dados disponíveis, os pesquisadores desenvolveram um guia que permite calcular o risco de exposição ao SARS-CoV-2 em ambientes internos, de acordo com as características do local. Seu modelo não fornece como resposta apenas “sim, este ambiente ou atividade é seguro” ou “não, este ambiente ou atividade não é seguro”. E sim informações completas sobre quanto tempo uma pessoa pode passar com segurança em determinada atividade.

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Para ajudar as pessoas a fazerem avaliações mais abrangentes sobre o risco de se engajar em determinadas atividades, os pesquisadores se uniram ao desenvolvedor de aplicativos Kasim Khan para criar um site (em inglês) onde os usuários podem inserir detalhes específicos sobre uma situação – tamanho do espaço, número de pessoas, tipo de ventilação, tipo de atividade, uso de máscara e o fator de transmissibilidade da cepa predominante na área no momento – e receber uma estimativa de quanto tempo levaria, nessas circunstâncias, para se contaminar com o vírus caso haja uma pessoa infectada no local.

Por exemplo, a variável importante negligenciada por autoridades de saúde como os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) não é a quantidade de pessoas no local, mas o tempo que elas permanecem ali. Por exemplo, 20 pessoas reunidas no mesmo ambiente por um minuto provavelmente será seguro, mas se isso se prolongar por horas, o risco de infecção aumenta.

Outra conclusão interessante deste novo modelo é que abrir janelas ou instalar novos ventiladores para manter o ar em circulação pode ser uma estratégia tão ou mais eficaz do que gastar grandes quantias em um novo sistema de filtragem de ar. Até mesmo o tipo de atividade importa: fazer exercícios, cantar ou gritar aumenta consideravelmente a produção de patógenos.

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Segundo Bazant, espaços pequenos e mal ventilados, onde muitas pessoas passam muito tempo juntas, representam o maior risco. “No entanto, observamos que a regra de dois metros de distância é valiosa para limitar a transmissão por gotículas, que representam um risco elevado quando as pessoas não usam máscaras.”, disse o pesquisador ao CNBC.

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