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Covid-19: O que o Brasil pode aprender com o aumento de casos na Europa?

O Velho Continente está sofrendo sobretudo pelo afrouxamento nas medidas de circulação de pessoas e com as temperaturas mais baixas

Por Giulia Vidale Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 1 fev 2021, 12h48 - Publicado em 2 nov 2020, 18h56

Em meados de setembro, quando o verão chegava ao fim, a Europa passou a registrar um aumento no número de novos casos diários de Covid-19. Fato que se intensificou exponencialmente em outubro. Para conter o rápido ressurgimento do vírus e evitar a sobrecarga do sistema de saúde, vários países decidiram implementar medidas mais restritivas.

Alguns deles, como a Inglaterra, chegaram a adotar um novo lockdown. Outros, como a Grécia, estabeleceram confinamentos parciais ou toque de recolher, caso da Áustria. Desta vez, porém, as autoridades estão priorizando manter escolas e algumas atividades econômicas abertas.

No Brasil, o cenário é oposto. Após um platô longo e com alto número de novos registros de casos e mortes, o país conseguiu desacelerar a taxa de transmissão e reduzir as curvas. No entanto, é fundamental olharmos para o que está acontecendo na Europa agora para aprendermos com seus erros e copiarmos seus acertos de forma a evitar que esse efeito rebote também aconteça por aqui.

Acredita-se que a aceleração da pandemia no Velho Continente tenha sido facilitada pelo relaxamento das medidas de contenção, livre circulação de pessoas durante o verão e pelos jovens, que são o grupo mais afetado no momento. O problema é que eles podem transmitir o vírus para grupos de risco, incluindo idosos e pessoas com doenças pré-existentes.

Uma nova cepa do vírus, que teve origem na Espanha, também está associada à recente disseminação da doença. Inúmeras mutações do novo coronavírus já foram identificadas, mas poucas foram tão difundidas como uma nova mutação chamada 20A.EU1. De acordo com um estudo da universidade ETH Zurich e da Universidade de Basileia, ambas na Suíça, quatro em cada cinco casos novos de Covid-19 no Reino Unido aconteceram por causa dessa mutação. Ela já  foi encontrada em 12 países da Europa, além de Hong Kong e Nova Zelândia

Após a redução das curvas a níveis baixíssimos graças a lockdowns super restritivos, muitos países europeus aboliram o uso de máscara – ou ao menos não tornaram isso obrigatório – e relaxaram nas exigências de distanciamento físico. As fronteiras entre os países foram abertas e as pessoas passaram a circular livremente.

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“No início do verão, todas as fronteiras dentro da Europa foram abertas. A Espanha é um destino muito requisitado na região, do ponto de vista turístico e foi justamente lá que surgiu essa mutação que se espalhou para todos os lugares da Europa devido ao grande fluxo de turistas. A princípio não há evidencia de que ela possa causar uma doença melhor ou pior que a cepa original, mas demonstra que a abertura das fronteiras vai ser algo muito mais complicado do que a gente imaginava”, diz o geneticista Salmo Raskin, diretor do Genetika, centro de aconselhamento e laboratório de genética em Curitiba.

Os jovens se aglomeravam em restaurantes, bares, festas e praias. Essa reabertura praticamente integral permitiu que o vírus encontrasse um grande número de pessoas suscetíveis para se propagar, levando ao aumento da taxa de transmissão comunitária. “Nós temos que entender que não pode voltar tudo ao normal senão vai acontece aqui o que aconteceu lá. Não podemos abrir completamente a fronteira, senão essa nova cepa pode vir para cá. Precisamos tomar atitudes agora, principalmente aumentar a testagem e realizar o rastreamento de contatos”, afirma o especialista.

Manter medidas como higiene das mãos, evitar aglomerações e uso constante de máscaras são fundamentais para reduzir o risco de um aumento de casos por aqui. Mesmo com o clima a nosso favor – enquanto vamos entrar no verão, a Europa começa o inverno, estação propícia para propagação de vírus respiratórios, é fundamental redobrar os cuidados no período de festas de fim de ano. O vírus se espalha de pessoa para pessoa e quanto mais pessoas próximas, maior o risco. Ambientes fechados aumentam o risco de transmissão, mas isso não significa que locais abertos, como praias lotadas, são seguros.

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Nesta segunda-feira, 2, o Brasil registrou 8.501 novos casos e 179 novas mortes. Na média móvel, foram 20.621,7 casos e 408 óbitos causados pela doença.

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