Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Covax começa a distribuir vacinas: entenda como funciona o consórcio

Gana foi o primeiro país a ter vacinas, Brasil deve receber 2,6 milhões de doses em março

Por Giulia Vidale Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 25 mar 2021, 18h24 - Publicado em 26 fev 2021, 18h23

Nesta semana, o Covax Facility, consórcio ligado à Organização Mundial da Saúde (OMS) para distribuição de vacinas contra Covid-19, entregou o primeiro lote de imunizantes. O país agraciado foi Gana, que recebeu 600.000 doses da vacina de Oxford-AstraZeneca, produzidas no Instituto Serum, na Índia.

“Este é um passo histórico em direção ao nosso objetivo de garantir a distribuição equitativa de vacinas contra Covid-19 em todo o mundo, no que será a maior operação de aquisição e fornecimento de vacinas da história. A entrega faz parte de uma primeira leva, que continuará nos próximos dias e semanas”, disse a OMS, em comunicado.

O carregamento recém-chegado a Gana é suficiente para cobrir 1% da população do país de baixa renda, composto por 31 milhões de habitantes. Felizmente, como algumas outras nações com características semelhantes, Gana não foi tão duramente atingida pelo vírus quanto países mais ricos. Até esta sexta-feira, 26, o país registrou 81.673 casos de coronavírus e 588 mortes pela Covid-19.

Entretanto, não se sabe por que isso acontece nem se a tendência pode mudar de uma hora para outra. Portanto, é fundamental que esses países também tenham acesso a vacinas. Embora o número de doses ainda seja baixo, a entrega permite a Gana iniciar a vacinação. Sem a ajuda do consórcio, o país não teria chance de fazer isso tão cedo. O mesmo acontece com outros 91 países de baixa renda.

Garantir o acesso à toda a população mundial é fundamental para acabar com a pandemia. Embora a vacinação esteja avançada em alguns países desenvolvidos, especialistas alertam que a pandemia só irá acabar, quando o mundo todo estiver vacinado. Daí a importância do Covax.

“Não acabaremos com a pandemia em qualquer lugar, a menos que a terminemos em todos os lugares”, disse  Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, em comunicado.

Continua após a publicidade

O Covax foi iniciado em abril de 2020 para tentar evitar que os países mais ricos monopolizem as vacinas e garantir a distribuição equitativa de vacinas em todo o mundo. No entanto, a iniciativa enfrenta dificuldades como a escassez de recursos e atrasos na produção. Acordos bilaterais entre países desenvolvidos e farmacêuticas também são outro desafio ao projeto.

De acordo com rastreamento do Global Health Innovation Center da Universidade Duke, nos Estados Unidos, até 15 de fevereiro os países ricos haviam garantido mais de 4,6 bilhões de doses de vacinas – mais do que todas as nações de renda média e baixa juntas.

O consórcio é liderado pela OMS, em parceria com a Vacine Alliance (Gavi), um organismo suíço de capital misto, e com o Cepi, coligação para inovação e preparação de epidemias, com sede em Oslo, na Noruega. Fazem parte da coalização outras organizações internacionais, como a Bill e Melinda Gates Foundation. A iniciativa é apoiada por 190 países, incluindo o Brasil, sendo 98 economias de alta renda e 92 de baixa e média.

A meta do consórcio é fornecer, ainda este ano, vacinas contra a Covid-19 a 20% da população de 200 países e territórios. O foco principal do mecanismo é justamente garantir que esses 92 países de renda média e baixa tenham tanto acesso às vacinas quanto os países ricos, de forma gratuita.

Os demais países participantes, podem solicitar doses suficientes para vacinar entre 10% e 50% de sua população, conforme o percentual de contribuição. O Brasil entrou no consórcio com a cota mínima, o que garante ao país 42,5 milhões de doses. Esse total seria suficiente para a cobertura de 21 milhões de pessoas, considerando que a maioria das vacinas precisa de duas doses, equivalente a 10% da população brasileira.

Continua após a publicidade

Já outras nações, como Estados Unidos e Reino Unido, entraram com o financiamento, mas sem solicitar doses.  O Reino Unido, por exemplo, doou 734 milhões de dólares à iniciativa. Na semana passada, doações de países ricos, como Estados Unidos e União Europeia desenvolvidos elevaram o financiamento total da iniciativa para 6 bilhões de dólares. Outras nações também estão se comprometendo a doar o excedente de vacinas.

Os acordos firmados pelo consórcio até o momento preveem a aquisição de 2 bilhões de doses de vacina em 2021 e a possibilidade da compra de 1 bilhão de vacinas adicionais.

Neste primeiro semestre, vacinas provenientes de três fabricantes serão entregues: 240 milhões de doses da vacina AstraZeneca/Oxford produzidas pelo Instituto Serum, na Índia; 96 milhões de doses da vacina AstraZeneca/Oxford produzidas pela AstraZeneca e pela biofarmacêutica sul-coreana SK Bioscience; e 1,2 milhão de doses da vacina Pfizer-BioNTech, previstas para o primeiro trimestre. O Brasil e outros 80 países receberão doses provenientes da AstraZeneca ou da SK Bioscience.

Um cronograma preliminar divulgado pela OMS no início do mês prevê que o Brasil irá receber 10.672.800 doses prontas da vacina de Oxford-AstraZeneca. De acordo com o Ministério da Saúde, 2,6 milhões de vacinas chegam em março e as demais, até julho.

Confira os números da vacinação nos estados e no país atualizados até às 18h desta sexta-feira, 26:

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.