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Como a diabetes pode prejudicar o cérebro

Estudo mostra que a doença acelera o envelhecimento cerebral e o declínio cognitivo em 26% das pessoas

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 13 jul 2022, 17h20 - Publicado em 27 Maio 2022, 18h29
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    Diabetes tipo 2 causa alterações nas funções executivas e pensamento flexível cerebral (Divulgação/Divulgação)

    Dados do Biobank do Reino Unido, de 20.000 pessoas, entre 50 e 80 anos, mostram que a diabetes acelera o envelhecimento cerebral e o declínio cognitivo. O processo normal é apressado em aproximadamente 26% das pessoas com diabetes tipo 2, em comparação com indivíduos sem a doença, relata um estudo publicado na revista eLife.

    Os autores avaliaram a relação entre o envelhecimento cerebral típico e o observado na diabetes tipo 2, e observaram que a doença segue um padrão de neurodegeneração que progride mais rapidamente. Uma implicação importante é que mesmo o envelhecimento cerebral normal pode refletir mudanças na regulação da glicose do cérebro pela insulina.

    Os resultados sugerem ainda que, no momento em que a diabetes tipo 2 é formalmente diagnosticada, já pode haver danos estruturais significativos no cérebro. Formas sensíveis para detectar alterações associadas ao diabetes no cérebro são, portanto, urgentemente necessárias.

    Existem também fortes evidências que ligam a doença ao declínio cognitivo, mas poucos pacientes atualmente passam por uma avaliação abrangente como parte de seus cuidados clínicos. Pode ser difícil distinguir entre o envelhecimento cerebral normal que começa na meia-idade e o causado ou acelerado pela diabetes. Até o momento, nenhum estudo comparou diretamente as alterações neurológicas em pessoas saudáveis ​​ao longo de sua vida com as experimentadas por pessoas da mesma idade com diabetes.

    “As avaliações clínicas de rotina para o diagnóstico de diabetes geralmente se concentram na glicose no sangue, nos níveis de insulina e na porcentagem de massa corporal”, diz Botond Antal, autor do estudo e estudante de doutorado do Departamento de Engenharia Biomédica da Stony Brook University. “No entanto, os efeitos neurológicos do diabetes tipo 2 podem se revelar muitos anos antes de serem detectados por medidas padrão, então, quando é diagnosticada por testes convencionais, os pacientes já podem ter sofrido danos cerebrais irreversíveis”.

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    A análise mostrou que tanto o envelhecimento quanto a diabetes tipo 2 causam alterações nas funções executivas, como memória de trabalho, aprendizado e pensamento flexível, além de alterações na velocidade de processamento cerebral. No entanto, as pessoas com diabetes tiveram uma diminuição adicional de 13,1% na função executiva além dos efeitos relacionados à idade, e sua velocidade de processamento diminuiu mais 6,7% em comparação com pessoas da mesma idade sem a doença.

    Os pesquisadores também compararam a estrutura e a atividade cerebral entre pessoas com e sem diabetes usando exames de ressonância magnética. Encontraram uma diminuição na massa cinzenta do cérebro com a idade, principalmente em uma região chamada estriado ventral – fundamental para as funções executivas do cérebro. No entanto, as pessoas com diabetes tiveram reduções ainda mais pronunciadas na massa cinzenta além dos efeitos típicos relacionados à idade – uma diminuição adicional de 6,2% na massa cinzenta no estriado ventral, e perda de massa cinzenta em outras regiões, em comparação com o envelhecimento normal.

    Juntos, os resultados sugerem que os padrões de neurodegeneração relacionada a diabetes tipo 2 se sobrepõem fortemente aos do envelhecimento normal, sendo acelerada. Além disso, esses efeitos na função cerebral foram mais graves com o aumento da duração da diabetes.

    “Nossas descobertas sugerem que a diabetes tipo 2 e sua progressão podem estar associadas ao envelhecimento cerebral acelerado, potencialmente devido ao comprometimento da disponibilidade de energia, causando mudanças significativas na estrutura e função do cérebro”, conclui a autora sênior Lilianne Mujica-Parodi, diretora do Laboratório de Neurodiagnóstico Computacional, da Universidade Stony Brook. “No momento em que a diabetes é formalmente diagnosticada, esse dano já pode ter ocorrido. Mas imagens cerebrais podem fornecer uma métrica clinicamente valiosa para identificar e monitorar esses efeitos neurocognitivos associados à doença. Nossos resultados ressaltam ainda a necessidade de pesquisas sobre biomarcadores baseados no cérebro para diabetes tipo 2 e estratégias de tratamento que visem especificamente seus efeitos neurocognitivos”.

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