Durante a gravidez, é comum que mulheres relatem que se sentem ansiosas em relação à saúde do bebê, parto, puerpério e dilemas da maternidade. Estudos apontam que uma em cada quatro mulheres grávidas apresenta sintomas clinicamente elevados, algo que deve ser monitorado, segundo pesquisadores da Associação Americana de Psicologia, que publicaram um ensaio apontando que a ansiedade na gestação pode impactar a data do parto, levando a nascimentos precoces. Os achados foram publicados na revista científica Health Psychology.
O grupo avaliou dados de 196 grávidas e apresentou quatro escalas de ansiedade diferentes às mulheres no primeiro e no terceiro trimestre de suas gestações, períodos menos explorados em estudos sobre impactos desse sentimento e em grávidas. Os pesquisadores descobriram que a ansiedade específica da gravidez no terceiro trimestre foi associada de forma mais intensa a partos prematuros – antes da 37ª semana de gestação. Eles também observaram que a ansiedade de um modo geral no primeiro trimestre também está relacionada ao risco de que o parto ocorra antes da hora. Este seria um indício de que a preocupação excessiva no início da gestação levaria a um quadro de ansiedade focada na gravidez.
“Embora nem todas as mulheres que começam a gravidez com sintomas gerais de ansiedade venham a experimentar ansiedade específica da gravidez, nossos resultados sugerem que as mulheres que seguem essa progressão provavelmente correm um risco especial de parto mais cedo”, afirmou, em comunicado, a principal autora do estudo, Christine Dunkel Schetter, da Universidade da Califórnia em Los Angeles.
Diante dos resultados, os cientistas sugerem que é importante que a ansiedade das gestantes seja acompanhada desde o início da gravidez, assim como é feito com pacientes com depressão para a avaliação de possíveis riscos de depressão pós-parto.
“Aumentar a precisão em nossa compreensão dos riscos e mecanismos dos efeitos da ansiedade da gravidez na duração gestacional pode melhorar nossa capacidade de desenvolver, testar e implementar intervenções para resolver o problema urgente de saúde pública do parto prematuro”, disse Christine.