Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Comer massa crua pode causar intoxicação alimentar

A ingestão da massa crua de bolos e tortas pode causar graves infecções. Assim como o ovo cru, a farinha também pode conter bactérias, segundo novo estudo

Por Da Redação
Atualizado em 24 nov 2017, 18h28 - Publicado em 23 nov 2017, 18h32

Experimentar a massa crua do bolo antes de levá-lo ao forno pode causar intoxicação alimentar, de acordo com um estudo publicado nesta quinta-feira no periódico científico The New England Journal of Medicine.

Além dos perigos que envolvem o consumo do ovo cru, ingrediente comum em massas, como a presença da salmonela, o novo relatório mostrou que as bactérias tamb��m podem sobreviver em ambientes mais áridos, como a farinha.

Farinha: a vilã

Nos Estados Unidos, de dezembro de 2015 a setembro de 2016, segundo a pesquisa, 4,5 milhões de quilos de farinha foram recolhidos depois de bactérias do tipo E. coli terem sido identificadas em 250 produtos do mercado americano, desde sacos de farinha de trigo a misturas prontas para bolos. Nesse período, cerca de 60 pessoas, entre crianças, adultos e idosos, foram hospitalizadas por intoxicação alimentar.

Depois das investigações, a FDA, agência americana responsável por regulamentar alimentos e medicamentos, descobriu que o ponto em comum entre os pacientes foi o consumo de massa crua.

Continua após a publicidade

“A bactéria não está uniformemente distribuída em um saco de farinha”, disse Samuel Crowe, epidemiologista dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças, dos Estados Unidos, e principal autor do estudo ao The New York Times. “Uma pequena quantidade pode te deixar realmente doente, e infecções de E. coli e salmonela são bastante desagradáveis.”

Durante o preparo

De acordo com os pesquisadores, até mesmo a massa feita em casa pode estar comprometida pelas bactérias. Além de evitar provar a massa crua durante o preparo, os especialistas recomendam lavar as mãos com água quente e sabão antes e depois de manipular os ingredientes. Não é preciso se preocupar com o bolo, a torta ou o biscoito pronto, pois a alta temperatura do forno elimina os possíveis patógenos presentes no ovo e na farinha.

“Agora, temos um novo olhar sobre a farinha”, disse Marguerite Neill, professora de medicina da Universidade Brown, nos Estados Unidos, e especialista em doenças transmitidas por alimentos, que não teve envolvimento no estudo. “É incrível como uma substância seca e em pó, armazenada em uma prateleira por meses, pode conter bactérias, mesmo sem aparentar estrago. Ainda assim, isso é possível.”

Contaminação

Os pacientes relataram dores abdominais, febre, vômitos e diarreia, muitas vezes acompanhada de sangue. De acordo com os pesquisadores, a contaminação do trigo aconteceu antes mesmo da colheita, através do contato com fezes de animais, como gado. Isso significa que as intoxicações associadas à farinha podem ocorrer com mais frequência e que não se trata de um caso isolado.

Continua após a publicidade

Uma esterilização nas fábricas, entretanto, não seria possível. Segundo porta-voz da General Mills, empresa americana produtora de alimentos com cereais, o método impactaria a performance e a capacidade de fermentação da farinha. Sendo assim, o recomendado seria mesmo evitar o consumo do produto cru.

Para Jenny Scott, consultora sênior do Centro de Segurança Alimentar e Nutrição Aplicada da FDA, que ajudou a desenvolver advertências sobre o consumo de produtos com farinha crua, as crianças são as mais vulneráveis. “Quando você oferece uma colher ou recipiente com massa crua para uma criança, você está colocando-a sob risco.”

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.