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Cólera do Haiti pode se tornar dominante nas Américas

Estudo identificou mutação em bactéria responsável pelo surto que agrava a doença

Por Da Redação
13 dez 2010, 11h16

Nova carga genética faz com que ela seja muito mais resistente a antibióticos que a versão do cólera que atingiu o Peru em 1991

A epidemia de cólera que atinge o Haiti pode se espalhar pelas Américas, apontou um estudo da Harvard Medical School, que sequenciou o DNA da bactéria responsável pelo surto e constatou uma mutação que agrava a doença. Essa variação é que pode fazer com que a cólera volte a atingir até países onde ela foi erradicada. E os primeiros sinais já começaram a aparecer: no domingo, a República Dominicana, país vizinho, confirmou a existência de 32 casos.

A alteração genética teria ajudado a bactéria a se tornar dominante no sul da Ásia, onde provavelmente surgiu. “Nossos dados mostraram que as variedades presentes no Haiti são diferentes daquelas que circulam na América Latina e na costa do golfo dos Estados Unidos. Ou seja, elas vieram de longe”, explicou Matthew Waldor, professor de medicina da Harvard Medical School e coordenador da pesquisa publicada na última edição do New England Journal of Medicine.

Mais mortal – No início do mês, o Centro para controle e prevenção de doenças dos Estados Unidos já havia anunciado que, nas primeiras seis semanas, a cólera do Haiti tinha 11,5 vezes mais chances de matar suas vítimas do que a doença que atingiu o Peru em 1991. Assim como os haitianos – que começaram a morrer poucas horas depois do surgimento dos primeiros sintomas -, os peruanos não tinham imunidade contra a doença na época. Waldor considera tanto a possibilidade de que a mortalidade seja maior devido às condições precárias em que se encontra o sistema de saúde haitiano desde o terremoto, como a de que a bactéria esteja, de fato, mais letal.

Essa cepa da bactéria carrega uma mutação que surgiu por volta de 2002, em Blangadesh, e só havia sido encontrada até muito recentemente no sul da Ásia, disse à revista New Scientist o coautor do estudo, Stephen Calderwood. Essa nova carga genética faz com que ela seja mais resistente a antibióticos do que a versão do cólera que atingiu a América Latina há 19 anos. Segundo Calderwood, se continuar circulando pelo continente, a bactéria poderia também incorporar a carga genética da anterior e se agravar ainda mais.

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