Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Cirurgia bariátrica normaliza a pressão alta, revela estudo

Um novo estudo feito pelo HCor mostrou que a cirurgia metabólica é uma opção eficaz no combate à hipertensão em pacientes obesos

Por Giulia Vidale Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 14 nov 2017, 16h43 - Publicado em 14 nov 2017, 12h02

A cirurgia bariátrica acaba de ter comprovado mais um benefício: o controle da hipertensão arterial. De acordo com um estudo inédito realizado por pesquisadores do HCor – Hospital do Coração e publicado na segunda-feira na revista científica Circulation, 51% dos pacientes obesos hipertensos submetidos ao procedimento apresentaram remissão da doença um ano após a cirurgia.

“No início do estudo, todos os pacientes usavam no mínimo duas medicações em dose máxima para controle da hipertensão. Após um ano, 75% dos que foram submetidos à cirurgia estavam usando apenas uma medicação ou nenhuma.”, afirma o cirurgião bariátrico Carlos Schiavon, responsável pelo estudo.

O estudo

Para avaliar a eficácia da cirurgia bariátrica no controle da hipertensão arterial, 100 pacientes hipertensos com obesidade grau 1 e 2 (IMC entre 30 e 40) foram divididos de forma aleatória em dois grupos de cinquenta pacientes. Um grupo foi submetido à cirurgia de bypass gástrico em Y de roux, redução do estômago mais praticada no Brasil, associada ao tratamento medicamentoso, e o outro grupo recebeu apenas o tratamento medicamentoso associado a orientações dietéticas e mudança do estilo de vida. Todos foram acompanhados durante o período de um ano.

Os resultados mostraram que 83,7% dos pacientes submetidos à cirurgia bariátrica conseguiram manter a pressão controlada com a redução de pelo menos 30% do número de medicações, enquanto apenas 12,8% do grupo clínico atingiram esse objetivo. Além disso, o grupo submetido à intervenção cirúrgica perdeu cerca de 29% do peso corporal, em comparação com menos de 1% entre os participantes do grupo medicamentoso.

Continua após a publicidade

Outros benefícios observados nos pacientes submetidos à cirurgia metabólica foram redução do perfil lipídico, de marcadores inflamatórios, colesterol, triglicérides, glicemia e do risco cardiovascular. De acordo com os pesquisadores, essa foi a primeira vez que um estudo controlado e randomizado comparou os benefícios da intervenção no controle e no combate à pressão alta. Os resultados do estudo Gateway foram apresentados na segunda-feira no encontro anual da Associação Americana do Coração (AHA, na sigla em inglês), realizado em Anaheim, na Califórnia, nos Estados Unidos, e recebidos positivamente pelos cardiologistas.

Adesão ao tratamento

Estima-se que 75% dos pacientes hipertensos recorram a pelo menos duas medicações para o controle da doença, o que não só interfere no orçamento, como impõe dificuldades de adesão, acesso ao tratamento e efeitos colaterais indesejados.

“Estudos mostram que quanto maior o número de remédios, pior é a aderência dos pacientes ao tratamento. No caso da hipertensão, a partir de três medicações, a aderência cai em torno de 40% e, consequentemente, o risco cardiovascular aumenta”, diz Schiavon.

Mais da metade das pessoas com sobrepeso é hipertensa e a prevalência de hipertensão é cerca de três vezes maior em pacientes obesos. A doença também está associada a outras complicações como o diabetes, dislipidemia e o risco cardiovascular.

Continua após a publicidade

“A cirurgia mais uma vez mostra efeitos muito benéficos, mas é um tratamento que precisa ser bem avaliado pelo médico. Os cardiologistas poderão ter mais uma opção para tratamento de pacientes obesos e hipertensos, principalmente os de mais difícil controle”, ressalta o médico.

Hipertensão e obesidade no Brasil

Aproximadamente 25% da população brasileira tem hipertensão, e a incidência cresce progressivamente com o aumento do peso. A doença é o fator de risco cardiovascular mais importante, estando associada ao aumento da incidência de AVC e do infarto agudo do miocárdio.

A hipertensão arterial sobrecarrega o coração, podendo causar hipertrofia (espessamento das suas paredes), dilatação e insuficiência cardíaca. No cérebro, a principal complicação é o acidente vascular cerebral isquêmico (AVC). Nos rins, o comprometimento da circulação arterial pode levar à insuficiência renal crônica, requerendo o uso de filtração artificial do sangue (hemodiálise) seguida de transplante renal.

Continua após a publicidade

Com o passar do tempo, o descontrole da pressão pode causar sérios danos às artérias, aumentando o risco de doenças como infartos, derrames, insuficiência renal, insuficiência cardíaca, entre outros problemas.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.