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Cientistas testam novo tratamento contra esclerose múltipla

Primeira fase de testes clínicos da terapia experimental mostrou que abordagem é segura e, diferentemente dos tratamentos disponíveis hoje, não debilita o sistema imunológico do paciente

Por Da Redação
6 jun 2013, 10h15

Uma equipe internacional de cientistas está testando uma nova abordagem para tratar pessoas com esclerose múltipla, uma doença autoimune cuja causa é desconhecida e para a qual não existe cura. Os resultados da primeira fase dos testes mostraram que a terapia experimental é promissora por atenuar os sintomas da doença sem que o sistema imunológico do paciente seja debilitado, o que é um efeito adverso dos tratamentos disponíveis atualmente. Os responsáveis por essa pesquisa acreditam que a terapia também poderia ser aplicada para tratar outras doenças autoimunes e alérgicas. O estudo completo foi publicado nesta quarta feira na revista Science Translational Medicine.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Antigen-Specific Tolerance by Autologous Myelin Peptide-Coupled Cells: A Phase 1 Trial in Multiple Sclerosis

Onde foi divulgada: periódico Science Translational Medicine

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Quem fez: Andreas Lutterotti, Sara Yousef, Andreas Sputtek, Klarissa Stürner, Jan-Patrick Stellmann, Petra Breiden, Stefanie Reinhardt, Christian Schulze, Maxim Bester, Christoph Heesen, Sven Schippling, Stephen Miller, Mireia Sospedra w Roland Martin

Instituição: Universidade Hamburg-Eppendor, Alemanha; Universidade Médica de Insbruque, Áustria; Hospital Universitário de Zurique, Suíça; Universidade Northwestern, Estados Unidos

Dados de amostragem: 9 pacientes com esclerose múltipla

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Resultado: Pesquisadores injetaram antígenos de mielina no organismo de pessoas com esclerose múltipla, que se tornaram tolerantes a eles e passaram a atacar menos a mielina. Com isso, os sintomas da esclerose múltipla são reduzidos, mas o sistema imunológico não é afetado.

Uma doença autoimune ocorre quando o sistema imunológico de uma pessoa reconhece como inimigo e passa a atacar o seu próprio organismo. No caso da esclerose múltipla, o sistema de defesa do paciente provoca danos ou a destruição da mielina, uma substância que envolve e protege as fibras nervosas do cérebro, da medula espinhal e do nervo óptico. Quando isso acontece, são formadas áreas de cicatrização (ou escleroses) e aparecem diferentes sintomas sensitivos, motores e psicológicos, que vão desde dormência nos membros até paralisia ou perda da visão.

Os tratamentos atuais para a doença inibem o sistema imunológico com o objetivo de diminuir o “ataque” à mielina. Embora a terapia reduza os sintomas da doença, ela fragiliza o sistema de defesa do corpo dos pacientes, aumentando o risco de eles desenvolverem doenças graves, como o câncer.

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Um novo caminho – Essa nova pesquisa foi desenvolvida por pesquisadores da Alemanha, Áustria, Suíça e Estados Unidos. A primeira fase dos testes clínicos (ao todo, são necessárias três etapas para que um tratamento se prove eficaz) foi realizada na Alemanha, com nove pacientes que apresentavam esclerose múltipla.

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A equipe usou células de glóbulos brancos dos participantes para “injetar” bilhões de antígenos de mielina em seu organismo. O objetivo era que o sistema imunológico dos pacientes os reconhecesse como inofensivos e desenvolvesse uma tolerância. O tratamento conseguiu reduzir a reatividade do sistema imunológico à mielina de 50% a 75%.

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De acordo com o estudo, os participantes que receberam a dose mais alta de células de glóbulos brancos com o antígeno tiveram a maior redução na destruição da mielina. Os resultados mostraram que o tratamento é seguro e bem tolerado. A injeção intravenosa não provocou efeitos adversos e os pacientes não tiveram uma recaída, e sua imunidade a patógenos não foi afetada.

“Nosso enfoque deixa intacta a função do sistema imunológico normal. O tratamento detém a resposta autoimune que já está ativada e previne a ativação de novas células autoimunes”, diz Stephen Miller, professor de microbiologia e imunologia da Escola de Medicina da Universidade Northwestern, Estados Unidos, e um dos autores do estudo.

Segundo os cientistas, porém, é preciso lembrar que o número de pacientes nesse teste foi pequeno e ainda não é possível determinar se o tratamento previne, de fato, a progressão da esclerose múltipla. Por esse motivo, é preciso que sejam concluídas as próximas etapas da pesquisa clínica.

Utilidades – De acordo com o pesquisador, estudos não clínicos (feitos com animais ou culturas de células) anteriores apontaram que a terapia também é eficaz no tratamento do diabetes tipo 1, da asma e da alergia ao amendoim.

(Com Agência France Presse)

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