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Cientistas alertam para conselhos nutricionais enganosos no TikTok

Estudo constata que uma alta proporção de postagens sobre a dieta mediterrânea é confusa, imprecisa e mentirosa

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 13 jul 2022, 17h09 - Publicado em 15 jun 2022, 16h57

Várias pesquisas apontam a dieta mediterrânea como um padrão de alimentação saudável, que ajuda a prevenir doenças cardíacas e outras condições crônicas de saúde. Mas de acordo com um novo estudo, divulgado nesta terça-feira, 14, as informações confiáveis sobre o assunto devem vir de especialistas de nutrição. Isso porque as pessoas costumam buscar referências em no TikTok, onde acharão conselhos confusos, imprecisos e enganosos, que não condizem com a realidade e muito menos estão alinhados com a dieta mediterrânea ou seus benefícios.

“As pessoas não serão capazes de seguir a dieta mediterrânea, a menos que entendam o que é e como integrá-la em seu ambiente alimentar doméstico”, afirma Margaret Raber, autora do estudo e professora assistente do Centro de Pesquisa em Nutrição Infantil do Serviço de Pesquisa Agrícola do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos e Baylor College of Medicine. “Nossas descobertas sugerem que, embora os usuários encontrem algum conteúdo de alta qualidade criado por profissionais de saúde, também encontrarão informações conflitantes, vagas ou até enganosas ao explorar a hashtag #mediterraneandiet no TikTok.”

Enquanto deriva seu nome dos padrões alimentares tradicionais de alguns países que fazem fronteira com o Mar Mediterrâneo, nem todas as cozinhas da região refletem a ideia da dieta mediterrânea como cientistas e médicos a entendem. Isso levou a uma confusão sobre o que constitui a dieta mediterrânea. Trata-se de um padrão alimentar que enfatiza alimentos à base de plantas minimamente processadas ​​– pense em vegetais, frutas, grãos integrais e feijões – enquanto minimiza a adição de açúcares, carboidratos refinados e gorduras saturadas. O azeite de oliva tem destaque e peixes, laticínios e aves podem ser incluídos com moderação.

Para avaliar como essas informações se propagam nas mídias sociais, os pesquisadores analisaram os primeiros 200 vídeos que apareceram no TikTok sob a hashtag #mediterraneandiet, em agosto de 2021. Descobriram que a maioria das postagens (78%) estava relacionada à saúde de alguma forma, mas menos de 9% ofereceu uma definição do que a dieta mediterrânea implica. Um em cada 5 posts não era sobre saúde, concentrando-se exclusivamente em comida e cultura de países do Mar Mediterrâneo.

“Surpreendentemente, grande parte (69%) dessas postagens de ‘cultura’ promovia alimentos que não fazem parte do padrão de alimentação saudável indicado pela dieta mediterrânea, como carnes vermelhas, carboidratos refinados, doces e alimentos processados”, explicou Margaret. Por exemplo, kebab de cordeiro e pão pita são alimentos populares em alguns países mediterrâneos, mas não estão alinhados com a dieta mediterrânea.

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O estudo descobriu também que o conteúdo criado por posts com credenciais de saúde tendia a ser mais detalhado e de maior qualidade. Pouco mais da metade (53%) dessas postagens, porém, listou credenciais de saúde na página de informações da conta, dificultando para os usuários do TikTok determinar quais vídeos foram criados com integridade.

Para as pessoas que exploram informações nutricionais nas mídias sociais, Margaret sugeriu que procurassem conteúdo justamente nesses posts com credenciais de saúde e ainda perguntassem ao seu médico se as informações parecem conflitantes ou confusas. Para profissionais de saúde pública e médicos, ela aconselhou a necessidade de novas estratégias para comunicar sobre nutrição e combater a desinformação online.

“Precisamos estar atentos às informações encontradas nas mídias sociais, principalmente se influenciarem as decisões de saúde e bem-estar”, comentou a especialista. “Acho que não podemos aproveitar totalmente o poder das redes para a promoção da saúde, a menos que abordemos a questão da qualidade da informação e forneçamos ao público ferramentas para ajudar a navegar nesses novos tipos de mídia”, finalizou.

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