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Cérebro de psicopatas é programado para agir por impulso

Segundo um novo estudo, a fragilidade na conexão entre duas áreas cerebrais propicia psicopatas a tomarem decisões ruins, independente das consequências

Por Da Redação
Atualizado em 11 jul 2017, 12h01 - Publicado em 11 jul 2017, 11h17

Um novo estudo busca mudar a forma como os psicopatas são vistos pela sociedade. Normalmente retratados como sedutores, manipuladores, inteligentes, mas sem empatia – capacidade de uma pessoa se identificar mental e afetivamente com o estado de ânimo de outra -, esses indivíduos são famosos na ficção.

Ramsay Bolton, da série ‘Game of Thrones’, Alex Delarge, personagem do filme ‘Laranja Mecânica’ e Hannibal Lecter, personagem do filme Silêncio dos Inocentes, são alguns dos exemplos mais conhecidos. Agora, uma pesquisa realizada por cientistas de Harvard, nos Estados Unidos, mostra que psicopatas são apenas “pessoas que tomam decisões ruins” devido a alterações cerebrais.

O novo estudo, publicado recentemente no periódico científico Neuron, mostrou que uma conexão disfuncional no cérebro, que interfere no apelo da recompensa de curto prazo, pode ser a razão neurológica pela qual os psicopatas agem impulsivamente e não sentem arrependimento após esses atos.

 

Como funciona o cérebro dos psicopatas

Para chegar a essa conclusão os pesquisadores se basearam em exames cerebrais de 49 prisioneiros de uma instituição carcerária dos Estados Unidos. No experimento, os presos com traços de psicopatia participavam de um teste de “atraso de gratificação”, em que precisavam escolher entre duas opções – uma quantidade menor de dinheiro imediatamente ou uma quantia maior em um momento posterior -, enquanto tinham seus cérebros analisados por  tomografias por emissão de pósitrons.

Os resultados mostraram que essas pessoas tendiam a escolher a gratificação imediata, ou seja, agiam por impulso. Além disso, as imagens cerebrais mostraram maior atividade no estriado ventral, relacionada com a recompensa imediata, do que no córtex pré-frontal médio, associada à consideração sobre consequências futuras.

“Isso sugere que a maneira como eles calculam as recompensas é desregulada. Eles supervalorizam a recompensa imediata”, explica Buckholtz. E, portanto, tendem a cometer atos imorais ou criminosos.

Conexão fraca

Outra descoberta importante foi a fragilidade dos “fios” que conectam essas duas seções cerebrais – o córtex pré-frontal médio e o estriado ventral – nesses indivíduos.  De acordo com os autores, essa relação é importante, pois há evidência de que o córtex pré-frontal médio pode alterar a força com que o estriado responde às recompensas. Assim, quanto mais fraca for a resposta do córtex, mais forte será a resposta do estriado, e, portanto, das recompensas imediatas.

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Definida pela Associação Americana Psiquiátrica como um transtorno de personalidade antissocial, no qual uma pessoa ignora os direitos e sentimentos dos outros, a psicopatia nunca teve seu “motor” neurológico definido. Os cientistas de Harvard esperam que os resultados de sua pesquisa ajudem a definir o transtorno de uma maneira mais científica e espera que mudem a opinião popular em relação aos psicopatas.

Eles não são alienígenas, são apenas pessoas que tomam decisões ruins

Josh Buckholtz, psicólogo de Harvard e líder do estudo.
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