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Casos de microcefalia foram subnotificados na ‘era pré zika’, mostram estudos

Segundo estimativas de dois grupos de pesquisa, o Brasil teria pelo menos 6 mil casos de microcefalia por ano antes do surto da doença e não 150 como dizem as estatísticas oficiais

Por Da Redação
15 fev 2016, 14h42

De acordo com um boletim publicado recentemente pela Organização Mundial da Saúde (OMS), houve uma subnotificação nos casos de microcefalia no Brasil antes do surto de zika. Baseado em dois estudos brasileiros, o boletim mostra que antes da “era zika”, havia mais casos de microcefalia em relação aos 150 anuais divulgados pelo Ministério da Saúde.

Os trabalhos, conduzidos por pesquisadores da Universidade Federal do Ceará e do Círculo do Coração de Pernambuco, revisaram as fichas de 16.208 bebês nascidos na Paraíba entre os anos de 2012 e 2015. A Paraíba é o segundo estado em número de casos notificados de microcefalia atualmente.

Os resultados mostraram que entre 4% e 8% dos bebês tinham microcefalia. Isso significa que, neste período, a taxa de notificação de microcefalia no Brasil seria de, pelo menos, 20 casos para cada 10 mil. Entretanto, dados oficiais do sistema de informações sobre nascidos vivos (Sisnac) mostravam uma taxa de apenas 0,5 caso para cada 10 mil nascimentos.

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Nos EUA, a prevalência da microcefalia varia entre 2 e 12 por 10 mil nascimentos. Se projetada para o Brasil, onde há 3 milhões de nascimentos ao ano, o número de casos por ano ficaria entre 600 e 3.600.

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Os pesquisadores também descobriram um aumento significativo no número de casos graves de microcefalia. Dos 16.208 bebês analisados, 324 (2%) foram classificados com microcefalia grave pelos critérios do estudo. Sendo que a maior parte destes nascimentos aconteceu no segundo semestre de 2015.

Diante destes resultados os especialistas alertam para o problema da subnotificação até 2015 e de uma super notificação após este período. Desde novembro do ano passado já foram notificados 3.852 casos da doença e a maior parte deles se concentra na região nordeste do país. No entanto, até o momento, apenas 462 casos de microcefalia ou outras alterações do sistema nervoso central foram confirmados, sendo 41 associados ao zika.

Para os autores, isso não significa que não há uma associação entre a microcefalia e o vírus, mas ressaltam que outros fatores como má nutrição, agrotóxicos, uso de drogas e até mesmo vacinas tomadas pela mãe não deve ser descartados. Em relação ao aumento no número de casos, Sandra Mattos, principal autora do estudo, acredita que antes do surto os casos leves de microcefalia não eram reportados. Já a partir de novembro, por recomendação do Ministério da Saúde, todos os casos de bebês que nasceram com perímetro cefálico inferior a 32 cm passaram a ser relatados.

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(Da redação)

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