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Câncer causado pelo trabalho atingirá 20.000 brasileiros neste ano, estima Inca

Segundo Instituto, pelo menos 19 tipos de tumores malignos, entre eles de pulmão e pele, são relacionados ao trabalho

Por Da Redação
30 abr 2012, 18h40

Estima-se que aproximadamente 20.000 brasileiros serão diagnosticados neste ano com algum tipo de câncer relacionado ao trabalho, segundo informou nesta segunda-feira o diretor-geral do Instituto Nacional de Câncer (Inca), Luiz Antonio Santini. O dado foi anunciado junto com a divulgação das Diretrizes para a Vigilância do Câncer Relacionado ao Trabalho, documento produzido pelo Inca. De acordo com a publicação, ao menos 19 tipos de câncer – entre eles o de pulmão, pele, fígado e laringe – estão relacionados à ocupação profissional do paciente. Trabalhadores das áreas da beleza, aviação, química e farmácia são alguns dos mais expostos ao risco da doença.

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CÂNCER E TRABALHO

Os principais tipos de câncer associados ao trabalho pelo Inca são: de pele, pulmão, bexiga, cabeça, pescoço, da cavidade nasal, hematológico, leucemias, de estômago, esôfago, fígado, pâncreas, mama e cérebro.

Estima-se que entre 8% e 16% de todos casos de tumores malignos sejam causados pelo trabalho. A publicação indica que o contato frequente com determinadas substâncias é um fator importante no aumento do risco de certos tipos de câncer. De acordo com o Inca, isso pode ser atribuído tanto a compostos considerados cancerígenos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como o amianto, quanto a produtos aparentemente inofensivos, como poeira de madeira ou de couro.

Saiba como o seu trabalho pode causar câncer:

Fonte: Instituto Nacional de Câncer (Inca)

O documento destaca estimativas da Organização Internacional do Trabalho (OIT), segundo as quais, em 2005, 440.000 pessoas morreram no mundo em decorrência da exposição a substâncias nocivas à saúde. Desse total, 70% foram vítimas de algum tipo de câncer. “Os trabalhadores precisam de mais informações sobre os riscos no exercício de suas funções, porque as concentrações de substâncias cancerígenas, geralmente, são maiores nos ambientes de trabalho quando comparadas a outros locais”, diz Luiz Antonio Santini, diretor-geral do Inca.

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Leia também: Estimativa do número de novos casos de câncer no Brasil em 2012

Para Ubirani Otero, epidemiologista e responsável pela Área de Vigilância do Câncer Relacionado ao Trabalho e ao Ambiente do Inca, é importante que os médicos se preocupem em saber qual é a ocupação do paciente e sua rotina de trabalho. Eliminar ou reduzir a exposição a substâncias que podem desencadear um câncer deve ser a principal estratégia para reduzir o número de tumores relacionados à ocupação profissional.

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“O médico precisa saber como é o trabalho do paciente”

Luiz Antonio Santini

médico cirurgião e diretor-geral do Instituto Nacional de Câncer

O que pode ser feito para que os casos de câncer relacionados ao trabalho sejam reduzidos? O câncer é uma doença diferente das infecciosas, que podem ser reduzidas a curto prazo com medidas de prevenção e educação. O câncer, por outro lado, é uma doença causada por um acúmulo de vários fatores e durante muito tempo, portanto medidas que tomemos agora não necessariamente repercutirão no próximo ano, mas sim a médio e longo prazo. Não existe mágica quando se trata de redução dos casos de câncer.

O que o Inca propõe, a longo prazo, para evitar que a rotina profissional desencadeie um câncer? Nossa publicação foi feita para preencher uma lacuna em relação ao câncer ocupacional. Propomos que seja bem estabelecida a relação de causa entre o trabalho e a doença. Para isso, é preciso que o médico saiba como é o trabalho do paciente e se ele fica exposto a substâncias prejudiciais à saúde. Somente assim saberemos ao certo a associação entre causa e risco desses fatores e de câncer.

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O que o trabalhador pode fazer para se proteger do câncer causado pelo trabalho? Ao longo da vida, ele pode reduzir a exposição a substâncias prejudiciais com equipamentos de proteção. Luvas, máscaras e protetor solar são exemplos de produtos capazes de amenizar a exposição ao sol em trabalhadores que passam o dia ao ar livre ou em trabalhadores de postos de gasolina, por exemplo, que estão sempre em contato com compostos do petróleo que podem causar câncer.

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