Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Campanhas assustadoras não são eficazes no combate às drogas, diz estudo

Pesquisa mostra que os usuários dessas substâncias têm consciência dos riscos e se consideram bem informados sobre o assunto

Por Da Redação
5 ago 2013, 17h45

Campanhas de conscientização contra drogas e tabagismo frequentemente utilizam imagens chocantes com objetivo de assustar as pessoas que fazem uso dessas substâncias. Porém, um novo estudo indica que fornecer informações sobre como álcool e drogas fazem mal à saúde pode não ser uma tática eficaz para incentivar as pessoas a abandonarem o vício.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Health literacy and substance use in young Swiss men

Onde foi divulgada: periódico International Journal of Public Health

Continua após a publicidade

Quem fez: Petra Dermota, Jen Wang, Michelle Dey, Gerhard Gmel, Joseph Studer e Meichun Mohler-Kuo

Instituição: Universidade de Zurique e Hospital Universitário Lausanne, na Suíça

Dados de amostragem: 11.930 homens suíços com, em média, 20 anos de idade

Continua após a publicidade

Resultado: O estudo mostrou que campanhas chocantes e informativas sobre os riscos que álcool, tabaco e outras drogas apresentam à saúde não são efetivas, uma vez que os usuários dessas substâncias já têm conhecimento sobre tais riscos.

A pesquisa, publicada na edição de julho do periódico International Journal of Public Health, também concluiu que os usuários dessas substâncias sabem mais sobre seus riscos do que as pessoas que optaram por não utilizá-las.

Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores da Universidade de Zurique e do Hospital Universitário Lausanne, ambos na Suíça, coletaram informações de 11 930 homens de, em média, 20 anos de idade, que se alistaram no exército suíço. Os participantes responderam perguntas sobre consumo de álcool, tabaco e maconha, e sobre a frequência com a qual eles buscavam informações sobre os riscos à saúde oferecidos por tais substâncias.

Continua após a publicidade

Os resultados mostraram que pessoas que utilizam maconha pelo menos uma vez por semana são quatro vezes mais propensas a procurar informações sobre os riscos à saúde do que as pessoas que não fazem uso da droga.

Já fumantes e pessoas que bebem em binge – termo em inglês usado para caracterizar o consumo de grandes quantidades de álcool que, neste caso, correspondia a cinco drinques em um curto espaço de tempo – pelo menos uma vez por mês também são duas vezes mais propensos a procurar informações sobre os riscos relacionados a esses hábitos. A confiabilidade desses dados, porém, está sujeita à condição de que os próprios participantes responderam sobre seus hábitos.

Leia também:

Campanha antifumo inglesa mostra câncer dentro de cigarro

Imagens em maços de cigarro são mais efetivas para combater o fumo

EUA lançam campanha contra cigarro com vídeos de ex-fumantes doentes

Continua após a publicidade

Informação – As pessoas que faziam uso regular das substâncias estudadas também se mostraram mais propensas a classificar seu conhecimento sobre os riscos como melhor do que o das pessoas que não utilizavam as substâncias. Para os pesquisadores, esse resultado foi particularmente surpreendente, uma vez que os usuários de álcool e drogas que participaram do estudo tinham, em média, menor escolaridade, e pessoas nessa condição costumam se considerar menos informadas sobre saúde.

Novas estratégias – Esses resultados indicam que as campanhas de prevenção precisam ser repensadas. Os autores do estudo acreditam que é possível que as consequências a longo prazo, como câncer de pulmão ou cirrose, pareçam tão distantes que não tenham impacto sobre as decisões imediatas dos usuários. Outra possibilidade seria o fato de alguns usuários acreditarem que o álcool ou a maconha apresentam mais benefícios que do que riscos.

Petra Dermota, psicóloga da Universidade de Zurique e coautora do estudo, afirma que, ao invés de tentar chocar e assustar, as campanhas antidrogas deveriam ser mais interativas e incentivar o pensamento crítico, a fim de realmente modificar as atitudes dos usuários.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.