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Brasileiros preferem depilação completa, revela pesquisa

Um levantamento da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP mostrou que 64% das mulheres e 62% dos homens preferem depilação completa

Por Marina Felix Atualizado em 27 mar 2017, 12h12 - Publicado em 26 mar 2017, 12h31

A maioria dos homens e mulheres brasileiros tem preferência pela remoção completa dos pelos da região íntima feminina, segundo um estudo realizado pelo Ambulatório de Estudos em Sexualidade Humana da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP – USP). A pesquisa, feita pela psicóloga Maria Luiza Sangiorgi, mostrou que 64,3% das mulheres e 62,2% dos homens que opinaram preferem a depilação completa, de um total de 69.920 pessoas de todas as regiões do país. A média de idade entre os homens foi de 31,9 anos, enquanto a de mulheres foi 28,5 anos. Em ambos os gêneros, a preferência por esse tipo de depilação foi maior entre os mais jovens.

Pesquisa revela preferência dos brasileiros por depilação genital feminina completa
“A única faixa etária que percebemos uma porcentagem maior de mulheres que preferiam a depilação parcial à completa foi a partir dos 45 anos”, conta a psicóloga. (Arquivo Pessoal/Reprodução)

O objetivo do estudo era entender, tendo em vista a escassez de pesquisas sobre o assunto, a influência da depilação feminina no imaginário dos brasileiros, inclusive dos homens. A princípio, a equipe acreditava que a preferência seria bem maior entre os homens, mas a pesquisa mostrou números bastante próximos entre os gêneros.

Higiene e beleza

Os principais motivos relacionados à remoção completa foram a higiene, para as mulheres, e a beleza, para os homens. “Essa preferência também foi percebida entre os homens homossexuais, eles também consideram a genitália mais bonita dessa forma”, salienta Maria Luiza. “A única faixa etária que percebemos uma porcentagem maior de mulheres que preferiam a depilação parcial à completa foi a partir dos 45 anos”, conta. Por isso, a psicóloga acredita que essa tendência mudou ao longo dos anos.

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Influência da pornografia

Fora do país, esse tipo de depilação total é conhecido como “brazilian wax. Pesquisas mais recentes feitas no exterior também mostram a preferência por essa estética. Segundo a psicóloga, outros estudos ainda indicam a influência dessa tendência estética relacionada ao conteúdo erótico, onde a genitália é mais explícita e infantilizada, entre os jovens. Apesar do aumento da quantidade de mulheres que acessam esse conteúdo, os homens ainda são os maiores consumidores.

“Muitos motivos apontados na literatura mostram que a pornografia tem ‘moldado’, mesmo que de forma inconsciente, a preferência entre os jovens, por onde começam a vida sexual”, explica. Além desse fator, entra também o aumento da procura por cirurgias ginecológicas estéticas que tornam o órgão genital mais próximo ao da fase pré-púbere, o que Maria Luiza chama de ‘valorização da Barbie Doll’, uma mulher com genitália indefinida e sem pelos.

Riscos

Pesquisas anteriores, como a publicada no periódico científico Sexually Transmitted Infections sobre a relação entre doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e a depilação, sugerem o risco associado entre esses fatores. No entanto, na recente pesquisa, as mulheres, apesar de suas preferências, relataram não sentir nenhum sintoma negativo. “Talvez o método de depilação utilizado, a forma, local ou material, traga mais impacto do que a ausência de pelo em si. A grande maioria das mulheres disseram preferir se depilar em casa com lâmina ou cera quente“, afirmou a pesquisadora.

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A lâmina, por causar pequenos cortes na pele, pode propiciar a contração de doenças. Porém, o estudo não procurou observar essa associação. “Observamos, no entanto, uma frequência sexual maior entre as pessoas que preferem a depilação genital completa”, disse Maria Luiza. Para a psicóloga, talvez a questão das doenças sexualmente transmissíveis esteja ligada a um comportamento sexual de risco, sem o uso de preservativos, por exemplo, e não necessariamente ao método de depilação.

A psicóloga salienta a importância de maiores estudos relacionados ao tema, principalmente no que diz respeito ao entendimento dos diferentes parâmetros que levam a essa preferência.

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