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“Big brother da fertilização”, a nova tecnologia na área da reprodução

Recém-chegado ao Brasil, o aparelho monitora os embriões 24 horas por dia. Isso evita que eles passem muito tempo fora da encubadora

Por Letícia Passos
Atualizado em 13 ago 2019, 18h11 - Publicado em 13 ago 2019, 17h45

Nas últimas décadas, os avanços da medicina permitiram que inúmeros casais com problemas de fertilidade alcançassem o sonho de ter filhos por meio de técnicas de reprodução assistida, como a fertilização in vitro (FIV). No Brasil, a busca pelo procedimento tem crescido: entre 2017 e 2018, houve um aumento de 18,7%, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Esse crescimento é reflexo dos esforços médicos em todo o mundo para melhorar a técnica. Agora, um novo equipamento está tornando a fertilização in vitro ainda mais bem sucedida e segura.

Chamada de Time-Lapse Esco, a máquina é uma encubadora que permite não apenas o armazenamento dos embriões em fase de desenvolvimento como a sua observação contínua por meio de vídeos (gravados 24 horas por dia) e fotos (tiradas a cada 10 minutos). A tecnologia permite que equipe médica acompanhe constantemente o progresso do embrião sem precisar tirá-lo da encubadora. (Veja o vídeo)

 

Nas estufas tradicionais, o embrião precisa ser retirado pelo menos duas ou três vezes durante a fase de desenvolvimento – que acontece nos cinco ou seis primeiros dias após a fecundação (quando o espermatozoide é inserido no óvulo). Toda vez que ele é retirada da estufa, ocorre uma interferência na ambientação produzida pelo equipamento, que visa recriar as condições encontradas naturalmente no útero.

Essa retirada é necessária, pois ele precisa ser observado pelo microscópio algumas vezes para que a equipe saiba se ele está se desenvolvendo adequadamente. No entanto, essa movimentação altera a temperatura do embrião – que deve ser mantido a 37ºC – e outros fatores essenciais para um desenvolvimento seguro. Todo o estresse causado por essas mudanças ambientais prejudica sua qualidade e, consequentemente, afeta as taxas de sucesso da gravidez – que variam entre 30% e 60%.

Com o novo equipamento, o embrião só deixa a encubadora para ser implantado no útero da mulher. A Time-Lapse ainda garante maior segurança no armazenamento e melhora a análise embrionária já que a máquina checa a qualidade do embrião, atribuindo uma nota – aqueles com melhor desempenho são utilizados. “A nova encubadora é excelente, pois melhora uma série de processos da fertilização”, diz Edson Borges, especialista em reprodução assistida do Fertility Medical Group.

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Embriões de maior qualidade interferem positivamente nas taxas de gravidez. Até agora, foi observado um aumento nas taxas globais em 5%.

Novas descobertas

Além de melhorar, o acompanhamento constante do desenvolvimento embrionário permitiu aos especialistas observar detalhes do processos biológicos que até hoje não tinham sido testemunhados de perto. As novas descobertas podem ajudar a medicina a entender detalhadamente a formação do embrião e, no futuro, aperfeiçoar a fertilização in vitro, melhorarando ainda mais o sucesso da gestação. “Acredito que a inteligência artificial associada a este tipo de máquina vai permitir a reprodução assistida chegar muito mais longe”, disse Nilo Frantz, da Nilo Frantz Medicina Reprodutiva. 

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