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Beber moderadamente faz bem à saúde? Novo estudo diz que não

Um novo estudo revelou que mesmo consumo moderado de álcool aumenta o risco de acidente vascular cerebral

Por Redação
Atualizado em 5 abr 2019, 18h41 - Publicado em 5 abr 2019, 17h58

Diversas pesquisas enaltecem os benefícios do consumo moderado de bebida alcoólica. Entretanto, análises mais recentes mostram que o hábito pode não fazer tão bem assim. Uma pesquisa publicada na semana passada mostra que beber uma garrafa de vinho por semana aumenta o risco de câncer na mesma proporção que fumar até dez cigarros. Agora, novo estudo revela que o consumo de outros tipos de bebida alcoólica, como tequila, aumentam a probabilidade de acidente vascular cerebral (AVC).

O relatório, publicado na revista científica The Lancet, revelou que o consumo moderado – equivalente a um ou dois copos por dia – podem elevar o risco da doença em 10% a 15%. Para quem dobra essa porção (quatro copos ao dia), o risco sobe para 35%. Isso porque o álcool eleva a pressão arterial – fator que aumenta a probabilidade de AVC.

Os resultados corroboram outros achados publicados no ano passado afirmando que não há níveis saudáveis ​​para o consumo de álcool. “A principal mensagem aqui é que não há efeito protetor contra acidente vascular cerebral no consumo moderado de álcool”, comentou Zhengming Chen, da Universidade de Oxford, no Reino Unido, à CNN. 

A descoberta levanta preocupações especialmente porque a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 2,3 bilhões de pessoas em todo o mundo bebam álcool, com consumo diário médio de 33 gramas por pessoa. Isso equivale a cerca de dois copos de vinho de 150 mililitros (ml), uma garrafa de cerveja grande (750 ml) ou duas doses de tequila (40 ml).

A organização ainda alertou que as tendências atuais apontam para um aumento global do consumo nos próximos 10 anos. Segunda a OMS, o continente com maior ingestão de bebida alcoólica por pessoa é a Europa – embora o nível de consumo tenha caído em 10% desde 2010. 

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O estudo

O novo estudo, realizado por pesquisadores chineses e britânicos, avaliou os impactos do consumo de bebida alcoólica em 512.715 indivíduos chineses ao longo de dez anos. A escolha do grupo de análise está associada ao fato de que as populações da Ásia Oriental apresentam genes que reduzem profundamente a capacidade de tolerância ao álcool – seu organismo é incapaz de decompor de forma adequada os componentes da bebida. Por esse motivo, os asiáticos sofrem reações muito desagradáveis quando bebem, como rubor e ‘brilho’ facial. Em decorrência desses efeitos, a ingestão de álcool nessa população tende a ser leve ou moderada.

Para a investigação, a equipe selecionou participantes com as variantes genéticas que promovem a intolerância ao álcool nos asiáticos. Os voluntários também forneceram informações sobre hábitos de consumo e dados de saúde durante dez anos. Através desses dados, foi possível descobrir a relação entre o consumo moderado de álcool e o risco de AVC. Os pesquisadores ainda revelaram que na população analisada os homens bebiam vinte vezes mais do que as mulheres, o que os levou a considerá-las o grupo de controle para comparação de dados. 

‘Sem efeito protetor’

Os resultados mostraram que o consumo de 280 mililitros de álcool por semana eleva o risco de doenças cardiovasculares. “Embora tenha sido sugerido anteriormente que a ingestão moderada de álcool pode reduzir o risco de acidente vascular cerebral ou doença cardíaca, este novo estudo acrescenta evidências de que não há efeito protetor, mesmo em níveis baixos de ingestão. Infelizmente, a esperança de que o álcool proteja de alguma forma contra doenças cardiovasculares é provavelmente infundada”, comentou Tim Chico, da Universidade de Sheffield, na Inglaterra, à CNN.

A análise genética ainda revelou que a presença de dois genes específicos, comuns a esta população, pode reduzir riscos de hipertensão e AVC. Um desses genes é o que provoca a intolerância e o outro, aumenta as taxas de depuração do álcool no sangue, elevando, assim, a tolerância a bebidas. 

Apesar de as descobertas reforçarem achados anteriores, alguns especialistas ressaltaram as limitações do estudo, como ter analisado apenas a população chinesa e ter considerado apenas o consumo de tequila, deixando de lado outras bebidas, como o vinho.

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