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África do Sul: com tratamento correto, pacientes com HIV têm expectativa de vida próxima à da população geral

Estudo feito no país mostrou que início precoce da terapia antirretroviral faz com que pessoas infectadas pelo vírus da aids possam ter mais do que 80% da expectativa de vida de pessoas saudáveis

Por Da Redação
10 abr 2013, 12h07

Atualmente, pessoas da África do Sul infectadas pelo HIV que se submetem à terapia com antirretrovirais podem chegar a ter 86% da expectativa de vida observada na população geral do país – isso se começarem o tratamento precocemente. Foi o que concluiu um estudo desenvolvido por pesquisadores sul-africanos e publicado nesta terça-feira no periódico PLoS Medicine. Para os autores do trabalho, esse dado é “encorajador” e revela que, com o tratamento a longo prazo, a infecção pelo vírus da aids pode ser gerida como uma condição crônica em regiões de baixa ou média renda.

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ANTIRRETROVIRAIS

Esse grupo de medicamentos surgiu na década de 1980 e atua no organismo impedindo a multiplicação do vírus. Eles não matam o HIV, mas ajudam a evitar que ele se reproduza e enfraqueça o sistema imunológico da pessoa infectada. Por isso, seu uso é fundamental para prolongar o tempo e a qualidade de vida do portador de Aids. Desde 1996 o Brasil distribui gratuitamente o coquetel antiaids para todos que necessitam de tratamento. Atualmente, existem 19 medicamentos, divididos em cinco classes diferentes. Para combater o HIV é necessário utilizar pelo menos três antirretrovirais combinados, sendo dois medicamentos de classes diferentes.

Além disso, os pesquisadores sugerem que as atuais estimativas do país em relação à doença devam ser revistas, já que os modelos epidemiológicos indicam que pacientes infectados pelo vírus da aids vivem, em média, apenas dez anos a partir do início da terapia antirretroviral.

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Essa pesquisa, feita na Universidade da Cidade do Cabo, se baseou nas informações de seis programas de tratamento contra o HIV feitos na África do Sul entre 2001 e 2010 e também em estudos sobre a expectativa de vida do país.

Idade – Segundo o trabalho, o principal fator que determina a expectativa de vida em pessoas infectadas pelo HIV é a idade em que elas iniciam a terapia antirretroviral. Entre os homens, o tratamento com antirretrovirais, em comparação com não tomar nenhum desses medicamentos, pode acrescentar de 10 a 27 anos (se começar o tratamento aos 60 ou aos 20 anos de idade, respectivamente) em suas vidas. Para uma mulher, a terapia é ainda mais benéfica, podendo adicionar entre 14 e 36 anos (se iniciarem o tratamento aos 60 ou aos 20 anos de idade, respectivamente) em sua expectativa de vida.

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Contagem – Além da idade, os níveis de CD4 no sangue, células do sistema imunológico que ajudam a lutar contra o HIV, também são decisivas para aumentar a expectativa de pacientes infectados pelo vírus. Uma pessoa com HIV desenvolve os sintomas da aids quando sua contagem de células CD4 cai para menos do que 200 por microlitro de sangue.

Segundo o estudo sul-africano, no país, indivíduos que iniciam o tratamento com antirretrovirais quando apresentam 200 células CD4 por microlitro ou mais têm uma expectativa de vida que é entre 70% e 86% da observada na população em geral. Por outro lado, pacientes que começam a terapia quando essa contagem está abaixo das 200 células CD4 por microlitro têm uma expectativa de vida que corresponde a entre 48% e 61% da média da população sem HIV.

Embora os resultados dessa pesquisa sejam animadores, afirmam os autores, eles também mostram que ainda há, na África do Sul, muitos pacientes com HIV prejudicados pelo diagnóstico tardio e pela demora e descontinuidade do tratamento com antirretrovirais. “Essas conclusões têm implicações importantes para os modelos epidemiológicos usados, por exemplo, por empresas de seguro de vida e que financiam programas de tratamento contra o HIV”, escreveram os autores.

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