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A moda ‘no poo’, que prega a substituição do xampu por receitas caseiras

Conheça a onda que cresce entre as brasileiras. Mas atenção: o hábito, supostamente saudável, pode fazer mal aos cabelos

Por Letícia Passos
Atualizado em 18 out 2019, 14h48 - Publicado em 18 out 2019, 06h00

A história do xampu tal qual o conhecemos hoje, aquele que já nos anos 80 do século passado a atriz Farrah Fawcett, dona de lendária cabeleira, mandava aplicar diariamente, porque continha sais minerais, vitaminas, proteínas e ervas, parece ter começado outro dia mesmo — mas vem de longe, é milenar. Os babilônios, cerca de 3 000 a.C., alimentavam uma crença: a de que os cuidados com o corpo e os adornos é que diferenciavam os seres humanos dos animais. Vestígios de antigas civilizações comprovam o uso habitual de água limpa e corrente, além de sabão feito de gorduras de bichos cozidas com cinzas e armazenadas em potes de barro.

Tanto tempo e tanta ciência depois, vive-se uma volta ao passado — há uma nova tendência nas cabeças, especialmente nas femininas: a do no poo, na expressão em inglês algo como “nenhum xampu”, e sua versão menos radical, o low-poo, ou pouco xampu. São modalidades de limpeza dos fios sem agressão química. Adeus, produtos industrializados. Salve, as receitas caseiras, como chás de camomila e bicarbonato. Os principais vilões, na condenação ao xampu, são os sulfatos, da família de detergentes presentes na maioria das marcas. O maior inimigo é o lauril éter sulfato de sódio, responsável por retirar a oleosidade do couro cabeludo. Os defensores do modismo afirmam que a substância torna os cabelos mais oleosos e vulneráveis à seborreia, um tipo de inflamação que causa descamação e vermelhidão. Também refutam as fragrâncias e o silicone (composto que dá brilho), supostamente danosos à cútis.

A fotógrafa paulistana Camila Scon­ce, de 21 anos, parou de usar xampu há um ano. “Adoro meus cabelos rosa”, diz. “Utilizo tintura vegana e, mesmo assim, eles ficavam ressecados. A retirada do xampu deu vida a eles.” Há relatos de mulheres que estão há cinco anos sem aplicar cosméticos. Os especialistas condenam. “É um exagero”, diz o dermatologista Luciano Barsanti, do Instituto do Cabelo, de São Paulo. A substituição por chás e bicarbonato também é rechaçada pelos médicos. “As receitas caseiras não limpam os cabelos”, explica a dermatologista Lyvia Salem, do Hospital Santa Casa, de São Paulo. “O acúmulo de resíduos, como poluição e o próprio sebo, é mais prejudicial que qualquer substância industrializada dos cosméticos.” O no poo subiu às cabeças como uma nova ideia. Colou, mas não tarda e será afastada pelos evidentes avanços científicos.


O OUTRO LADO

Os efeitos e os perigos causados pelos produtos domésticos

Bicarbonato 
Diminui a gordura do couro cabeludo, mas altera o pH. Isso faz com que os fios percam nutrientes

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Chá-verde
Reduz a oleosidade, porém agride a estrutura dos fios, aumentando o risco de desencapá-los

Chá de camomila
Dá brilho aos cabelos, mas na limpeza é inócuo

Publicado em VEJA de 23 de outubro de 2019, edição nº 2657

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