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Aflição a sons, como respiração e mastigação, é ligada a defeito cerebral

Estudo realizado pela Universidade de Newcastle sugere que as reações extremas a barulhos podem estar ligadas a conexões cerebrais "supersensibilizadas"

Por Matheus Deccache Atualizado em 25 Maio 2021, 18h26 - Publicado em 25 Maio 2021, 17h21

Um estudo realizado pela Universidade de Newcastle, no Reino Unido, sugere que pessoas que têm reações extremas a alguns barulhos, especificamente os de mastigação e respiração altas, podem ter uma conexão cerebral “supersensibilizada”. Cientistas da universidade descobriram uma maior conectividade entre o córtex auditivo e as áreas de controle motor ligadas ao rosto, boca e garganta de pessoas que sofrem de misofonia.  

A misofonia é uma condição que provoca uma reação negativa a determinados sons, geralmente barulhos que não costumam incomodar a maioria das pessoas, como barulhos de mastigação, respiração e até mesmo digitação no teclado.  

Os cientistas sugerem que a condição se trata de uma “manifestação de atividade em parte do sistema motor envolvidas na produção desses sons”, de acordo com a publicação na revista científica Journal of Neuroscience. 

De acordo com Sukhbinder Kumar, pesquisador do Instituto de Biociências da universidade, os estudos indicam que pessoas com misofonia têm uma conexão anormal entre as regiões do cérebro auditivo e motor. “Essa é a primeira vez que tal conexão no cérebro foi identificada para essa condição”, disse ao Daily Mail 

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A misofonia afeta aproximadamente 15% dos adultos ao redor do mundo e costuma ser mais comum em mulheres do que em homens. De acordo com Misophonia Institute, se trata de uma disfunção raramente conhecida, na qual muitas pessoas sofrem em silêncio ou são taxadas de ranzinzas, mal-humoradas ou irritáveis.  

Antes diretamente associada como uma disfunção no processamento do som, os estudos da Universidade de Newcastle sugerem que vai muito além. Os cientistas fizeram uma série de estudos nos cérebros de pessoas com e sem a condição e chegaram à conclusão de que o centro auditivo de ambos responde de maneira semelhante aos sons.  

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Porém, os portadores da misofonia apresentam comunicação aumentada entre o córtex auditivo e as áreas de controle motor relacionadas à boca, garganta e face. Essas regiões, no entanto, só foram fortemente ativadas apenas em resposta aos sons de gatilho, e não a qualquer tipo de som.  

Kumar disse ainda que a misofonia também pode ocorrer quando for desencadeada por algo visual. “Isso nos leva a acreditar que essa comunicação ativa algo chamado de ‘sistema de espelho’, que nos ajuda a processar movimentos feitos por outras pessoas, ativando nosso próprio cérebro de maneira semelhante”, disse.  

Para Tim Griffiths, um dos autores do estudo e professor da universidade, os dados abrem caminho para uma nova série de tratamentos e terapias focados nas áreas motoras do cérebro, algo até então desconsiderado. 

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